Respostas bioquímico-fisiológicas e agronômicas em alface e milho em função da aplicação de „água de xisto‟.
Resumo
Historicamente, os objetivos dos esforços agronômicos tem se focado na produtividade, através do uso de fertilizantes que, devido aos processos de produção, tem se tornado cada vez mais livres de micronutrientes e elementos-traço, limitando a demanda para as plantas, causando o empobrecimento dos solos, e consequentemente, limitando a qualidade das culturas. Assim, a busca por fertilizantes foliares complementares, capazes de biofortificar culturas e lidar com a deficiência de micronutrientes em plantas, tem sido objeto de vários estudos. Neste contexto, a água extraída do folhelho pirobetuminoso (água de xisto), durante o processo de pirólise para obtenção de óleo combustível e outros produtos, representa uma alternativa segura do ponto de vista ambiental. Neste estudo, a água de xisto foi caracterizada físico-químicamente e avaliou-se a segurança e potencial de sua utilização na agricultura, com ou sem enriquecimento com micronutrientes. Os resultados mostraram uma grande variedade de compostos orgânicos, nutrientes minerais e elementos-traço neste subproduto, representando uma matriz complexa que poderia ser de interesse para a nutrição e a indução do metabolismo primário e secundário das plantas. A aplicação foliar de diferentes doses de água de xisto em alface mostrou ausência de contaminantes tóxicos, indicando a sua segurança para uso na produção de alimentos. Além disso, o aumento na produtividade e em determinados nutrientes em alface, assim como a melhoria do crescimento de plantas de milho e o incremento na produtividade e qualidade de grãos, incluindo metabólitos primários e secundários, também foram observados devido à aplicação foliar de água de xisto. O enriquecimento com micronutrientes também mostrou incremento na produtividade, teor de aminoácidos, bem como no acúmulo de alguns minerais em grãos de milho. No entanto, a suplementação com micronutrientes não aumentou o teor de carotenóides, sugerindo que a água de xisto poderia ser utilizada na agricultura, sem necessidade de enriquecimento, o que representa uma alternativa adequada para fornecer nutrientes e biofortificar culturas.
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