Patriarcado, cultura visual e formação docente: reflexões e narrativas de professoras de Artes Visuais.
Resumo
Os questionamentos sobre as mudanças no Ensino de Artes Visuais e as imagens
que constituem esse campo, impulsionaram os interesses iniciais da presente
pesquisa sobre a formação docente de professoras dessa área. Tal inquietação me
levou a questionar o que as narrativas de professoras de Artes Visuais indicam sobre
implicações do patriarcado na cultura visual e/ou em suas formações docentes. Desta
forma, a pesquisa teve como objetivo analisar a formação de professoras, através de
suas narrativas escritas e de suas percepções com relação a discursos que estariam
incutidos em imagens, provenientes de um sistema de dominação patriarcal que,
continuamente, afeta as instituições de ensino e seus estudantes. No que tange à
metodologia, além da revisão bibliográfica – tendo como balizas teóricas essenciais
os conceitos de Cultura Visual (HERNÁNDEZ, 2007; MARTINS, 2009, 2016),
Patriarcado (SAFFIOTI, 2004; LERNER, 2019), Formação Docente (CUNHA, 2016;
MARCELO, 2009), Ensino de Arte Visuais (LOPONTE, 2005, 2015; DIAS, 2011, 2016)
e Narrativas de Formação (SOUZA, C., 2006; ABRAHÃO, 2011) – a investigação foi
fundamentada na pesquisa de campo, na qual a estratégia principal foi a
implementação de minicurso fomentando a escrita de histórias e narrativas visuais de
professoras da rede de ensino municipal de Pelotas/RS. Através da abordagem de
campo foi possível identificar um posicionamento crítico nas narrativas de todas as
colaboradoras com relação à representação da mulher, à invisibilidade de artistas
mulheres e à maneira como esses temas foram abordados durante a formação
profissional, além da relação que essas profissionais traçam entre cultura visual e
discursos machistas.
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