Conhecimentos enraizados como ferramenta de luta e resistência camponesa à sociedade da reprodução.
Resumo
A tese de Doutorado: Conhecimentos enraizados como ferramenta de luta e
resistência camponesa à sociedade da reprodução debate a relação Escola – Vida,
onde a ação docente busca transversalizar os conhecimentos historicamente
acumulados pela humanidade e as experiências ali desenvolvidas. O objetivo dessa
tese é identificar, analisar e compreender como o conhecimento do modo de
produção da existência dos camponeses do Assentamento Renascer, em Canguçu-
RS, é trabalhado na Escola Oziel Alves Pereira e como contribui para a elaboração
de novas sínteses, novos conhecimentos. A escolha da metodologia: Investigação
Ação Participativa, como processo de elaborar ciência para a educação, ocorre pelo
reconhecimento que nos permite a experiência permanente de conduzir os sujeitos
participantes a elaborarem uma análise e compreensão crítica das ações que
desenvolvem. Tomei como desfio incluir a Investigação Ação Participativa o tema da
Permanência, da continuidade, levando em consideração o vir a ser histórico dos
sujeitos. O trabalho está dividido em duas partes: na primeira delas é resgatado uma
imersão inicial com os camponeses, onde buscamos analisar os achados bem como
os desafios explicitados que vem exigindo uma continuidade da pesquisa. Na
segunda parte do texto, com base no que foi tratado na primeira, debate-se como se
enraíza a produção de outro conhecimento que possibilite o processo de
humanização dos sujeitos de uma dada totalidade. A Investigação Ação Participativa
fundamentada em Orlando Fals Borda e Carlos Rodrigues Brandão aponta
possibilidades para um conhecimento novo e enraizado. Busca-se, sustentado em
Paulo Freire e Karl Marx, estabelecer a relação da luta e da produção com o
conhecimento enraizado. Debate-se a luta por uma escola encharcada do seu
contexto histórico, que não abre mão dos princípios orientadores da Educação do
Campo que é compreender e construir a Reforma Agrária Popular com a ampla
distribuição de terras para quem nela vive e trabalha, produzindo alimentos
saudáveis e ambientalmente sustentáveis para toda a sociedade, além da
elaboração do conhecimento que tenha como matriz tecnológica a agroecologia e
que o desenvolvimento da agricultura esteja sustentado nos princípios da
agrobiodiversidade e da soberania alimentar como forma de Resistência, entendida
como possibilidade de mudar o mundo.
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