A travessia urbana de idosos nas vias requalificadas de Pelotas/RS: comportamento e percepção de risco.
Resumen
O trabalho trata da percepção e do comportamento de risco de pedestres idosos, em
cruzamentos urbanos requalificados e dos conflitos existentes nesse espaço. As calçadas
com más condições, obstáculos, travessias longas, inseguras e o desrespeito na faixa de
segurança pelos motoristas, são fatores que dificultam o deslocamento seguro e com
autonomia dessa parcela da população. Diversas instituições e organizações mundiais
enfatizam que a qualidade e as condições de deslocamento deveriam ser prioridade e
oportunizar acessibilidade e boas condições de deslocamento e cruzamentos seguros. Esses
aspectos são fundamentais para o deslocamento a pé dos indivíduos com idade avançada e,
pelo exposto, a pesquisa torna-se pertinente devido a carência de estudos que abordam e
identificam as ações e a compreensão de risco dos pedestres que realizam o cruzamento,
especificamente em vias que passaram por um processo de reestruturação. A investigação
apresenta como objetivo geral identificar o comportamento e a percepção de risco dos
pedestres idosos nas travessias. O estudo de caso desta pesquisa foi realizado na cidade de
Pelotas/RS, em cinco cruzamentos de uma das vias requalificadas pelo Programa de
Aceleração do Crescimento de 2015 – 2016, a Rua General Osório, que possui grande
importância história na formação da malha urbana e no sistema de mobilidade do município.
Os procedimentos metodológicos utilizados estão inseridos na área das Relações Ambiente
Comportamento e estudos realizados na Percepção Ambiental, com abordagem qualitativas
e quantitativas, com base em métodos e técnicas da Avaliação Pós-Ocupação. Nesta
pesquisa foram utilizados métodos de coleta de dados como levantamentos de arquivo,
levantamentos físicos, observações, registros fotográficos, mapas comportamentais
centrados no indivíduo, entrevistas semiestruturada in loco, por telefone/celular e poema
dos desejos. De modo geral, os pedestres demonstram sentirem-se mais seguros quando os
cruzamentos apresentaram componentes de regularização semafórica, mesmo que estes
sejam direcionados para os veículos, a presença de sinalização vertical e o prolongamento da
calçada que reduz a distância da travessia, entre as esquinas. Quanto ao comportamento
observado, percebe-se que os trajetos adotados eram coerentes com os relatos expostos
sobre as condutas da amostra participante. Concluiu-se que os elementos presentes nas
áreas estudadas e as características que possuem, influenciam na avaliação dos riscos
existentes nos cruzamentos. No entanto, o entendimento de risco, insegurança e perigo
variam entre os pedestres idosos, que apontam o desrespeito dos motoristas e a falta de
educação no trânsito, entre outros aspectos que agravam e influenciam essa percepção. O
estudo refere-se ao comportamento e a percepção ambiental em áreas de intenso risco e
conflito entre os modais, com a peculiaridade de observar as percepções dos idosos, e pode
contribuir com subsídios teóricos para diretrizes e ações em cruzamentos seguros de ruas
que serão requalificadas.
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