Compartilhando experiências estéticas, reforçando afetos e concretizando aprendizagens : potencialidades das artes visuais impulsionando cuidados para com a vida.
Abstract
Esta dissertação se debruça sobre as Artes Visuais como promotoras de olhares atentos e cuidadosos para com o meio ambiente e, nesse sentido, indaga sobre a imbricação entre Artes Visuais, memórias, vivências e autoformação como colaboradoras do referido processo. A justificativa parte da reflexão acerca do déficit de natureza caracterizado como um abismo/distanciamento entre o sujeito e o meio
natural, uma consequência da formação das subjetividades em meio à correria do mundo contemporâneo capitalista, desconsiderando práticas de cuidado relacionadas ao contexto vivencial. Os objetivos específicos se debruçam sobre os seguintes pontos: discutir sobre a problemática ambiental contemporânea pelo viés das Artes Visuais; refletir sobre as ações do projeto de extensão Minijardim; problematizar as inter-relações entre as Artes Visuais, Pedagogia Waldorf e a promoção da
autopoieses; apontar ações realizadas por artistas e ativistas engajadas na problemática ambiental; problematizando a situação atual do Brasil no contexto preservação ambiental. O texto também aborda a prática de artistas focados nos cuidados com o planeta, discorrendo sobre suas poéticas. No decorrer da escrita são considerados os efeitos da pandemia da COVID-19, como pano de fundo para a investigação desenvolvida. São destacadas as práticas do Projeto Minijardim - vinculado as disciplinas de Cerâmica do Centro de Artes (UFPel), que envolve cerâmica, plantas e relações afetivas, destacando oficinas que possuem o viés de cuidado para com a vida, o meio e o outro, atividades que estruturam o processo autoformativo da pesquisadora. Nesse sentido, é abordada a pedagogia Waldorf em diálogo com o conceito de autopoiesis, argumentando em prol da educação em Artes Visuais para alcançar os objetivos pretendidos. Para fomentar a escrita, são abordados principalmente autores como Richard Louv (2014), Félix Guattari (2011) e Buyng–Chul Han (2016), além de Humberto Maturana (1997) e Marie-Christine Josso (2004) que estruturam a discussão sobre os processos autoformativos e autopoiéticos. Também se recorre a Hundertwasser abordando a “teoria das cinco
peles” e suas teorias ambientais, e a Gaston Bachelard (1993). A pesquisa é qualitativa e apresenta uma metodologia baseada no memorial descritivo e autoformação da autora e, conta com entrevistas semiestruturadas realizadas com membros do Projeto Minijardim e com a coordenadora do Jardim de Infância Guayí Mirim da cidade de Pelotas, assim como, por meio da sua prática artística procura dar
visibilidade às questões relacionadas à Educação Ambiental. Os resultados das análises desenvolvidas indicam que por meio das Artes, é possível problematizar temas urgentes, como a sobrevivência das vidas perante o planeta, por meio de práticas educacionais.
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