Comparação de métodos de extração e reação de genótipos de alho a Ditylenchus dipsaci, aspectos produtivos e primeiro relato de ocorrência de Meloidogyne ethiopica em alho no Brasil
Resumo
Dentre os problemas fitossanitários que afetam a cultura do alho (Allium spp.)
no Brasil, o nematoide do amarelão (Ditylenchus dipsaci) é um dos mais
importantes, sendo responsável por perdas econômicas devido às dificuldades
de manejo e às limitações encontradas nas metodologias disponíveis na
detecção e quantificação do patógeno. Entre as medidas de controle,
preconiza-se o uso de genótipos resistentes/tolerantes, porém, informações
sobre a reação do alho a D. dipsaci são escassas em campo. Além disso, a
eficiência dos métodos recomendados para extração e detecção de D. dipsaci
em amostras de alho semente ou material verde, é bastante variável; e, outros
nematoides até então não relatados em alho podem parasitar a cultura. Nesse
contexto, foram objetivos do presente estudo: a) avaliar a eficiência de
diferentes métodos de extração visando a detecção de D. dipsaci em amostras
de alho e de solo; b) testar diferentes genótipos de alho quanto a reação a D.
dipsaci, em de casa de vegetação (Fator de Reprodução=FR); e, a seguir,
avaliar a resistência desses genótipos a campo quanto à reação e progresso
da doença aliado a produtividade na presença ou ausência do nematoide; c)
relatar a ocorrência Meloidogyne ethiopica em alho em Cristalina-GO.
Comparando-se os diferentes métodos para extração do nematoide do solo,
Jenkins (1964), Baermann (1917) e suas variações, o primeiro,
independentemente da densidade (400 ou 600g sacarose/L água) foi mais
eficiente na recuperação de espécimes de D. dipsaci do solo infestado. A
origem do material vegetal (fresco/seco) infectado utilizado para extração do
nematoide afetou a percentagem de espécimes móveis e imóveis recuperados.
Para material fresco, os nematoides se mantiveram ativos até 120h após a
extração independentemente do método; e, para material seco, apenas nas
primeiras 24h cujo método mais eficiente foi o da placa de Petri. Os genótipos
AM-PC Farias, Quitéria, Hozan, Peruano, Chonan e Moz foram os mais
resistentes em casa de vegetação (FR<0,88) e a campo (FR<10,77); e,
Araguari, AM-Erenice, Amarante, Araguari, Cateto Roxo e Gravatá, suscetíveis.
Avaliando-se a produção de alho em área infestada, AM-PC Farias, AMErenice e Quitéria foram os genótipos mais produtivos e menos afetados
quanto ao volume colhido comparativamente aquela obtida em área livre de D.
dipsaci. Porém, levando-se em consideração todos os parâmetros associados,
os menores taxas de multiplicação, danos causados pelo nematoide e impacto
sobre a produtividade em área infestada, AM-PC Farias, Quitéria e Hozan
foram os mais indicados para plantio nessas áreas. Caracterizando-se a
espécie do nematoide-das-galhas detectada em alho, identificou-se
Meloidogyne ethiopica, sendo esse o primeiro relato no Brasil e no mundo.
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