Desempenho lumínico e termoenergético de diferentes tipologias de fachadas envidraçadas, em um edifício comercial, no sul do Brasil
Resumen
O aproveitamento da luz natural é um forte aliado para a redução do consumo de
energia em edifícios de escritórios, na medida em que minimiza os custos com
iluminação artificial, além de apresentar benefícios para a saúde e bem-estar dos
usuários. Entretanto, se, por um lado, a luz natural é desejável, por outro, pode
incrementar ganhos térmicos e favorecer a presença de iluminâncias excessivas nos
espaços internos. Dessa forma, esse trabalho teve por objetivo avaliar o equilíbrio
entre os desempenhos lumínico e termoenergético, em um modelo de edifício
comercial com diferentes tipologias de fachadas envidraçadas, localizado na Zona
Bioclimática Brasileira 2 (ZB2), considerando o impacto da luz do dia no conforto visual
dos ocupantes e na carga térmica da edificação. O método adotado foi a avaliação
por simulação computacional dinâmica realizada por meio dos softwares Rhinoceros
com plugin ClimateStudio para iluminação natural e EnergyPlus para as simulações
termoenergéticas. A partir da definição de um estudo de caso, foi desenvolvido um
Caso Base (CB), que serviu de modelo comparativo para os seguintes Casos de
Referência (CR): fachada semi-cortina com dispositivos de sombreamento do tipo
persiana e diferentes tipos de vidro, fachada cortina com e sem adição de tela
perfurada com percentuais distintos de perfuração, além de diferentes configurações
de fachada dupla ventilada. Os resultados apontaram que, dentro do contexto
analisado, os casos com fachada dupla em que a camada interna corresponde a uma
fachada tradicional (fechamento em alvenaria e vidro encaixilhado nas esquadrias)
apresentaram um dos melhores pontos de equilíbrio entre os desempenhos lumínico
e termoenergético. Além disso, observou-se que uma fachada cortina com dispositivo
de sombreamento fixo com percentual de perfuração igual a 50% é capaz de favorecer
o desempenho termoenergético do edifício, além de garantir níveis aceitáveis de
iluminação natural com menores problemas de ofuscamento. A escolha adequada do
envidraçamento externo da edificação mostrou-se um fator determinante para sua
eficiência energética, enquanto a adição de persianas automatizadas promoveu maior
qualidade lumínica. Por outro lado, o aumento do Percentual de Abertura de Fachada
(PAF) sempre elevou o consumo de energia para resfriamento da edificação e o
desconforto visual. Os casos com fachada cortina e fachada dupla em que a camada
interna correspondeu a uma fachada semi-cortina ou cortina tradicional, contribuíram
para o superaquecimento dos espaços internos. A variação da profundidade da
cavidade ventilada influenciou os resultados apenas nos casos com menor PAF da
camada interna, em que cavidades menores se mostraram mais eficazes.
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