Efeito do silício na resistência e no manejo da mancha amarela do trigo.
Resumo
A mancha amarela causada por Pyrenophora tritici-repentis é a principal mancha
foliar do trigo (Triticum aestivum). Por tratar-se de uma doença de difícil controle e
com poucas opções eficazes para manejo, neste estudo foi avaliado o efeito do
silício (Si) em plantas de trigo das cultivares Fundacep Horizonte (suscetível) e
Quartzo (moderadamente resistente) sobre os componentes epidemiológicos da
mancha amarela sob ambiente controlado, bem como na redução da intensidade da
doença em condições de campo na associação ou não com fungicida (protioconazol
+ trifloxistrobina). Nos estudos a campo foi avaliado semanalmente a severidade da
mancha amarela e no final do ciclo a produtividade, peso de mil sementes, peso de
hectolitro (PH), porcentagem de grão chocho e sanidade das sementes. Em casa de
vegetação foi avaliado o período de incubação, eficiência relativa de infecção, taxa
de expansão da lesão, tamanho final da lesão e severidade da mancha amarela.
Nos experimentos a campo, a concentração foliar de Si aumentou em até 27,8% nas
plantas supridas com o elemento, em comparação as não supridas. Este incremento
na concentração foliar de Si foi associado à redução significativa de até 50,7, 83,3 e
38,7%, respectivamente da área abaixo da curva de progresso da doença,
severidade final e incidência de sementes contaminadas com D. tritici-repentis.
Contudo, o PH, a porcentagem de grão chocho e peso de mil sementes não foram
influenciados pelo Si. A aplicação de fungicidas foi significativa para todas as
variáveis avaliadas, exceto para a concentração de Si na folha. Nos experimentos
em casa de vegetação, a concentração foliar de Si aumentou em até 68,5% nas
plantas tratadas com Si. Nestas plantas foi observado aumento significativo de
28,2% do período de incubação, e redução significativa de até 80,5, 67,2, 74,7, 87,5,
88,3, e 88,2%, respectivamente na taxa de expansão de lesão, área abaixo da curva
de progresso da expansão de lesão, comprimento final de lesão, severidade final,
taxa de progresso da doença e área abaixo da curva de progresso da mancha
amarela. A diferença genética das cultivares também foi significativa para todos os
componentes de resistência os quais foram mais expressivos na cultivar Quartzo
independente da aplicação ou não de Si. Os resultados deste estudo mostram o
potencial do Si para incrementar a resistência de plantas de trigo à mancha amarela
da folha indicando que a fertilização silicata pode ser inserida no manejo integrado
da doença.
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