Caracterização, patogenicidade de Exserohilum rostratum e mecanismos de defesas de plantas de arroz
Resumo
Os agentes patogênicos estão constantemente passando por adaptações,
ambientais e parasitaria, esse fato leva a necessidade do conhecimento das
interações entre organismos e agroecosistemas. O presente trabalho teve como
objetivo, caracterizar morfológica e molecular uma nova espécie fúngica associada à
cultura do arroz, bem como, determinar a patogenicidade, os danos ocasionados em
grãos quando inoculado na fase de floração e as respostas de defesa de plantas
mediante o contato com o patógeno. A identificação morfológica foi realizada
baseada na morfologia de conidióforos, conídios, germinação de conídios,
coloração, forma e presença de septos. A caracterização molecular foi realizada por
meio da extração do DNA fúngico, submetido a PCR com os pares de primers
iniciadores ITS1 ITS4, posteriormente a banda contendo o fragmento de DNA foi
excisada e enviada para realização do sequenciamento. O teste de patogenicidade
foi realizado com plântulas das cultivares BRS Pelota, Puitá INTA -CL e IRGA 424
inoculadas com uma solução de conídios ajustada para 2 x 10 4 conídios ml -1
. Para determinação dos danos em grãos foram montados experimentos paralelos em casa
de vegetação com as cultivares BRS Pelota, Puitá INTA-CL e IRGA 424 inoculadas
na fase de floração, no delineamento blocos casualizados (DBC) com três repetições
e em esquema bifatorial do tipo 3 x 2, onde o fator 1 corresponde as cultivares BRS
Pelota, Puitá INTA-CL e IRGA 424 o fator 2 corresponde a presença e ausência de
inóculo, as variáveis analisadas foram: incidência, quantificação e localização do
inóculo, índice da doença e danos nos componentes de produção. Para avaliação
das respostas das plantas de arroz a inoculação com E. rostratum foi coletado tecido
vegetal das plantas do experimento anterior e analisadas seguindo um esquema
trifatorial do tipo 3 x 2 x 5, onde o fator 1 corresponde as cultivares BRS P elota,
Puitá INTA-CL e IRGA 424 o fator 2 corresponde a presença e ausência de inóculo e
o fator 3 os horários de coletas, as variáveis analisadas foram: Período de incubação
(PI), conídios diferenciados em apressórios, número de células necrosadas (NCN),
intensidade de escurecimento celular, d eterminação da concentração de compostos
fenólicos solúveis totais (CFSTs), derivados lignina ácido tioglicólico (DLAT) e
atividade das enzimas catalase (CAT) (EC 1.11.1.6), peroxidase (POX, EC 1.11.1.7)
e polifenoloxidase (PFO, EC 1.10.3.1). Os conidióforos e conídios apresentaram comprimento médio de 93 e 98 µm de comprimento respectivamente, a largura
média dos conídios foi de 9, 25 µm, apresentavam formato obclavado, escuros, com
a presença média de 8 septos por conídios e germinando em ambas as
extremidades, a caracterização molecular gerou um produto com aproximadamente
600 pares de nucleotídeos a realização do sequenciamento e comparação no banco
de dados GenBank demonstrou 99% de similaridade com o fungo Exserohilum
rostratum. Houve interação entre o fator cultivar e inóculo para os componentes de
produção, para o índice de doença, houve diferença significativa para todas as
cultivares quando comparadas com seus respectivos controles não inoculados.
Quanto às respostas das plantas de arroz a E. rostratum na fase de floração, houve
interação tripla entre os fatores. A espécie fúngica presente na cultura do arroz no
estado do Rio Grande do Sul é o E. rostratum, capaz de causar danos em cultivares
como a BRS Pelota, Puitá INTA-CL e IRGA 424, induzir danos necrose celular e
aumentar concentração enzimática e lignina.
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