Suscetibilidade à quebra e qualidade tecnológica de genótipos de arroz submetidos ao atraso da colheita
Resumo
Os genótipos de arroz cultivados no sul do Brasil apresentam, em sua
grande maioria, um ponto ideal de colheita compreendido entre 30 a 35 dias após
a floração plena, e quando os grãos se encontram com grau de umidade na faixa
de 16 a 22. Entretanto, nem sempre as condições ambientais e/ou operacionais
permitem a colheita no momento ótimo, fazendo com que muitas vezes os grãos
permaneçam por um maior tempo na lavoura estando à mercê de condições
ambientais variáveis. Este período de atraso pode acarretar redução da
qualidade industrial dos grãos de arroz, especialmente no rendimento de grãos
inteiros, devido a suscetibilidade à quebra durante o beneficiamento industrial
associado a presença de fissuras nos grãos. Condições climáticas são
incontroláveis e influenciam na qualidade do arroz, tornando necessário o
desenvolvimento e estudo de variedades de arroz resistentes ou tolerantes a
formação de fissuras desde o campo até o armazenamento. Por isso este estudo
objetivou avaliar a qualidade tecnológica e a suscetibilidade à quebra de oito
genótipos de arroz com base nos efeitos do retardo na colheita. Os genótipos
foram submetidos ao atraso na colheita, sendo colhidos em 30, 40, 50, 60 e 90
dias após a floração. Os resultados foram analisados utilizando análise de
variância ANOVA, e teste de Tukey. Para a variável época de colheita foi
realizado regressão polinomial. Relacionou-se o rendimento de grãos inteiros
com o grau de umidade de forma polinomial quadrática e o número de dias após
a floração e o grau de umidade de forma polinomial inversa. Com estas relações
foram estimados pontos ideais de colheita para a obtenção do máximo
rendimento de grãos inteiros dos genótipos. Concluiu-se que o atraso na colheita
tende ao aumento de grãos fissurados e redução do grau de umidade e do
rendimento de grãos inteiros. O menor rendimento de grãos inteiros ocorreu em
90 dias após a floração (DAF) e o maior entre 28 e 35 DAF e grau de umidade
ótimo entre 18,6 e 21%. Os efeitos do atraso na colheita são muito significativos,
mesmo para genótipos com alto rendimento de grãos inteiros no período ótimo
de colheita.
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