Fumicultura, saúde e segurança no trabalhador: uma avaliação dos riscos ocupacionais em unidades de produção no município de Canguçu (RS).

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Data
2022-07-16Autor
Santos, Danielle Furtado dos
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A agricultura trata-se de um setor primário da economia que, indiscutivelmente,
representa uma prática primordial para o desenvolvimento da sociedade, sendo uma
das bases para a manutenção da economia mundial. Neste cenário, a fumicultura
representa um importante setor agrícola brasileiro. Atualmente o Brasil é segundo
maior produtor mundial de fumo e, desde 1993, o maior exportador do produto no
mundo, sendo o município de Canguçu o maior produtor de fumo do estado do Rio
Grande do Sul (RS) desde 2016. Contudo, neste cenário, os níveis de exposição aos
riscos ocupacionais são de fato preocupantes. A literatura referente ao tema aponta
que, embora todas as etapas envolvidas no ciclo produtivo do fumo expõem o
trabalhador a uma série de riscos ocupacionais com diferentes níveis de intensidade,
a fase de colheita mostra-se mais crítica sob a ótica da Saúde e Segurança do
Trabalho (SST). Desta forma, o objetivo do presente estudo foi analisar os riscos
ocupacionais presentes na colheita do fumo no município de Canguçu através de um
modelo multicriterial. Para atender tal objetivo, utilizou-se a Metodologia Multicritério
de Apoio à Decisão (MCDA) com foco na avaliação, de modo que fossem ordenados
os riscos ocupacionais mais presentes na rotina dos fumicultores. Foram visitadas
três Unidades de Produção (UPs), uma onde a colheita é realizada de forma
semimecanizada e duas onde é realizada manualmente. Foi possível perceber que
em termos de saúde e segurança ocupacional, as demandas indicadas aqui em sua
ordem de importância são aquelas relativas à biomecânica, fisiologia e conforto
térmico, parecendo todas elas serem de fato críticas. Verificou-se que todas as UPs
analisadas obtiveram um desempenho abaixo do que seria o ideal para um trabalho
considerado adequado em termos de SST. Ao mesmo tempo, através do modelo, foi
possível perceber que as UPs onde a colheita é feita de forma manual, obtiveram
uma avaliação global inferior à UP que utiliza máquina para colher fumo, indicando
que a colheita executada de forma semimecanizada pode atenuar os riscos
considerados mais presentes neste cenário. Por fim, verificou-se a robustez do
modelo através da análise de sensibilidade, onde foi possível confirmar a sua
estabilidade. Espera-se que os resultados gerados sirvam como subsídio para os
órgãos que atuam na fumicultura, auxiliando na definição de prioridades de
intervenção no setor e assim, na elaboração e implementação de políticas públicas,
leis e normas regulamentadoras. Viabilizando o exercício das atividades
ocupacionais com menor exposição a riscos, ampliando a qualidade de vida e o
desenvolvimento de todos os envolvidos em atividades agrícolas, direta ou
indiretamente.
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