Avaliação de atributos químicos e biológicos na recuperação de solo minerado na região de Candiota-RS
Abstract
A mineração é uma das atividades econômicas mais destrutivas sobre os
ecossistemas naturais. Há cerca de 750 hectares impactados pela mineração de
carvão a céu aberto localizada na Jazida de Candiota/RS, que é a maior do
Brasil, com 1,2 bilhões de toneladas sujeitas à mineração. Em solos impactados
pela mineração, a incorporação da serrapilheira, atrelada ao tempo de
restauração e manutenção da vegetação pode apresentar correlações positivas
com a atividade da fauna edáfica dessas áreas, mitigando os danos e
recuperando gradativamente as funções ecológicas do novo ecossistema. O
objetivo do presente trabalho foi analisar os efeitos da revegetação com
gramíneas perenes de verão submetidas a diferentes manejos de roçada na
qualidade biológica e química de solos degradados pela mineração de carvão
em área experimental na Jazida de Candiota/RS. Para execução do trabalho
foram realizadas análises para contagem e identificação dos organismos
edáficos utilizando funis de Berlese-Tüllgren modificados, e análises
microbiológicas para quantificar Carbono da Biomassa Microbiana (CBM),
Respiração Basal (RB) e atividade enzimática da Urease. Também foram
quantificadas as diferentes frações da Matéria Orgânica do Solo (ácidos fúlvicos,
húmicos e humina) para compreender o grau de humificação da área. Os dados
foram comparados em verificação de médias pelo teste de Tukey (p<0,05) e pela
correlação de Pearson (p<0,05). Após 18 anos de revegetação e 11,6 anos de
manejos na área pode-se perceber melhoria no CBM e na RB quando
comparados ao solo referência, evidenciando o efeito positivo das gramíneas
perenes utilizadas na área experimental. Contudo, o manejo com roçada e
permanência da biomassa vegetal na superfície não pode ainda ser considerado
o manejo mais promissor para a melhoria das condições edáficas e recuperação
ecológica da área.
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