Perda de solo e aporte de sedimentos na Bacia Hidrográfica do Rio Camaquã – Passo do Mendonça
Resumo
A perda de solo por erosão hídrica representa uma forma de degradação ambiental que 
deve ser mensurada e manejada de forma a evitar ou reduzir os efeitos negativos ao 
meio ambiente, como o assoreamento de corpos hídricos, perda da camada produtiva 
dos solos e perda de nutrientes e defensivos agrícolas. Para tanto, é importante 
mensurar a perda de solo e o aporte de sedimentos, com a finalidade de entender a 
dinâmica da produção e transporte de sedimentos na área de estudo. O objetivo do 
presente estudo foi avaliar a viabilidade da utilização de curvas-chave de sedimentos 
em suspensão, ajustadas com base em diferentes cenários de entrada de dados, para 
estimar o aporte de sedimentos na seção de controle da Bacia Hidrográfica do Rio 
Camaquã à montante da estação fluviométrica Passo do Mendonça (BHRC-PM); 
estimar a perda de solo por erosão hídrica por meio do modelo da Equação Universal 
de Perda de Solo Revisada (RUSLE) e verificar a capacidade de transporte de 
sedimentos na área por meio da Taxa de Entrega de Sedimentos (SDR), para o 
período de 1997 a 2019. Foram testados quatro cenários de manipulação dos dados de 
entrada para o ajuste das curvas-chave na forma de potência, sendo eles: dados 
completos, subdivididos em períodos de tempo, intervalos de vazão e intervalos 
sazonais. A avaliação da perda de solo por erosão hídrica foi realizada com o auxílio de 
ferramentas de geoprocessamento, com os fatores do equacionamento da RUSLE 
modelados para a área de estudo e com base em pesquisa bibliográfica. Foi verificada 
também a relação entre a perda de solo por erosão hídrica e o aporte de sedimentos 
no curso d’água por meio do SDR. Os resultados obtidos demonstraram que a 
utilização dos dados completos do período forneceu o melhor ajuste para a curva chave de sedimentos em suspensão, bem como revelou que a subdivisão dos dados 
de entrada em intervalos menores não representou melhora no desempenho preditivo 
das curvas-chave. Constatou-se que houve agravamento das perdas de solo na área 
de estudo de 1997 para 2019, além de que os Neossolos, Argissolos e Planossolos 
foram as classes de solos que mais sofreram degradação e apresentaram maiores 
riscos de erosão. Diferentes metodologias de obtenção dos fatores R e K da RUSLE 
influenciaram nas perdas médias de solo de forma que, aquelas que resultaram em 
valores mais baixos para os fatores, reduziram as perdas de solo em classes mais 
críticas de perda de solo e aumentaram as perdas em classes menos críticas, 
enquanto aquelas que resultaram em valores mais altos para os fatores implicaram no 
crescimento das áreas de solos classificadas com perdas de maiores proporções. A 
taxa de entrega de sedimentos na BHRC-PM passou de 8% em 1997 para 5,2% em 
2019, indicando que houve maior deposição de sedimentos no curso d’água com o 
passar dos anos, enquanto a utilização de metodologias baseadas nas características 
fisiográficas da área para obtenção do SDR superestimou a capacidade de transporte 
de sedimentos no exutório da bacia.
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