Mais ao Sul: os coletivos criminais e os territórios-rede do tráfico de drogas ilícitas na fronteira do Brasil-Uruguai
Abstract
Os coletivos criminais envolvidos com o tráfico de drogas ilegais, popularmente conhecidos como “facções”, emergiram como estruturas organizadas no Brasil principalmente no final do século XX. Assim, esta atividade passa a se estruturar tendo como um dos seus pilares a construção de cadeias logísticas multiescalares e, nesse contexto, o estado do Rio Grande do Sul ganha destaque no século XXI devido à existência de atores sociais que passam articular o tráfico em diversas áreas do
estado. A partir desta perspectiva, elenca-se como objetivo geral da presente dissertação analisar o tráfico de drogas e a sua relação com a formação de territórios-rede por coletivos criminais na fronteira do Brasil com o Uruguai, buscando compreender as estratégias produzidas por estes grupos e os impactos na região. Como proposta metodológica, divide-se a pesquisa em etapas: a primeira centra-se na revisão bibliográfica de livros e trabalhos acadêmicos que tratam dos conceitos basilares da pesquisa. Após, foi realizado um levantamento de dados em fontes oficiais acerca dos indicadores criminais dos municípios fronteiriços. Em conjunto com este momento utilizamos a metodologia hemerográfica para a realização do levantamento de informações em reportagens de jornais locais e regionais que versem sobre o objeto da presente pesquisa. Como terceira etapa foi aplicado um questionário a agentes da segurança pública atuantes na região da fronteira. Por fim, foi realizada
a tabulação, análise e espacialização dos dados. Como resultados da pesquisa podemos compreender que o tráfico de drogas no estado territorializa-se em municípios fronteiriços entre o Brasil e Uruguai de forma desigual, com diferentes características e funções dependendo da localidade.
Collections
The following license files are associated with this item: