Monitoramento da aplicação e de resíduos de agrotóxicos em morangos produzidos em sistema de cultivo protegido
Resumo
O morango caracteriza-se por ser um pseudofruto de grande aceitação nacional pelas
suas características sensoriais. Essa espécie hortícola é produzida em diversos
estados do Brasil e possui exigências edafoclimáticas e fitossanitárias para sua ampla
produção, o que faz com que, muitas vezes, resíduos de agrotóxicos sejam verificados
no produto em análises de monitoramento. Têm-se verificado uma mudança no perfil
de cultivo do produto, de campo aberto para plasticultura, o que pode interferir na
degradação do produto. Assim, o objetivo deste trabalho consiste na avaliação da
degradação de resíduos de ingredientes ativos de agrotóxicos em produções de
morangos (Fragaria × ananassa) submetidas a sistemas de cultivo protegido sujeitos
a diferentes períodos de intervalo de segurança (período entre a aplicação do
agrotóxico e a colheita). Quatro produtores que seguem Boas Práticas Agrícolas e
realizam registros conforme Instrução Normativa Conjunta ANVISA/MAPA 02/2018
foram selecionados, e aproximadamente 300 plantas foram marcadas para receber o
tratamento fitossanitário, com a dosagem recomendada de acordo com o receituário
agronômico fornecido ao produtor. Foi realizada a coleta de morangos ao final do
intervalo de segurança dos produtos e, posteriormente, realizaram-se novas coletas
escalonadas. As amostras foram coletadas no período de dezembro de 2022 a
fevereiro de 2023, conforme Manual do PNCRC vegetal e analisadas pelo Laboratório
Federal de Defesa Agropecuária do estado de Goiás. Para os produtos aplicados e
registrados nas cadernetas de campo não foram verificadas não conformidades em
todas as coletas efetuadas. Em duas unidades de produção foram detectados
residuais de ingredientes ativos que não haviam sido aplicados pelos produtores:
Metomil e Tiametoxan. Esses dois princípios ativos tiveram sua degradação até o nível
de conformidade nas coletas realizadas 12 dias após a primeira coleta. A hipótese de
que o uso da plasticultura interfere na degradação dos produtos e que seria necessário
uma ampliação no intervalo de segurança entre a aplicação dos agrotóxicos e a
colheita não foi confirmada nas condições avaliadas, sendo as Boas Práticas
Agrícolas um mecanismo eficaz para a conformidade dos produtos em relação à
legislação vigente. Faz-se necessário a continuação dos estudos
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