Correlação entre a irreversibilidade magnética e a resistência nula em supercondutores de YBa2Cu3O7-d
Resumo
Este trabalho consiste de um estudo experimental das propriedades elétricas e magnéticas em duas amostras texturizadas de YBa2Cu3O7-d crescidas pelas técnicas Bridgman e da semente, com diferentes concentrações da fase Y2BaCuO5 (Y211). As amostras foram caracterizadas por microscopia eletrônica, na qual foi verificada a dispersão da fase Y211 na matriz supercondutora e a orientação cristalográfica das mesmas. Medidas de magnetoresistência elétrica foram realizadas com o campo magnético aplicado ao longo do plano ab e do eixo c em cinco diferentes configurações de campo-corrente. Os resultados apresentaram uma transição resistiva estreita e moderadamente afetada pelo campo magnético. As medidas de momento magnético foram realizadas segundo os protocolos ZFC e FC nas orientações H//ab e H//c. Nas medidas ZFC observou-se que a blindagem magnética enfraquece com o aumento do campo magnético, e os resultados das medidas FC mostraram a ocorrência do efeito Meissner paramagnético. Através das medidas magnéticas foi possível determinar a linha de irreversibilidade magnética, de modo que na amostra Bridgman o comportamento foi descrito unicamente pelo modelo flux creep gigante, porém na amostra crescida pelo método da semente o comportamento foi descrito com base no modelo flux creep gigante em altos campos e pelo modelo do vidro supercondutor em campos baixos e intermediários, apontando para um caráter mais granular desta amostra. A análise da correlação entre a resistência nula e a irreversibilidade magnética mostrou que as temperaturas de resistência nula (Tc0) ocorrem em temperaturas menores que o limite irreversível para todas as configurações de campo-corrente. Foi observada uma forte anisotropia tanto no comportamento das linhas de irreversibilidade quanto para as linhas de resistência nula. A análise das linhas de Tc0 nas configurações com H//I e HI permite concluir que a força de Lorentz pouco influencia na dinâmica de vórtices das amostras investigadas.
Testes realizados permitiram concluir que a temperatura de irreversibilidade magnética (Tirr) depende fortemente da amplitude na qual a amostra excursiona no interior do magnetômetro, de modo que regiões de campo magnético inomogêneo podem deslocar consideravelmente a temperatura de irreversibilidade magnética.
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