O valor econômico do cultural: o caso da Fábrica Rheingantz na cidade do Rio Grande - RS
Abstract
A Fábrica Rheingantz, fundada em 1873 na cidade do Rio Grande, foi a pioneira na
industrialização no Rio Grande do Sul. Seu complexo, que através da produção fabril
ajudou a impulsionar a economia local, encontra-se abandonada desde que sua atividade
entrou em declínio ao fim dos anos 1960, abrigando desocupados e sendo alvo de
vândalos. O descaso e a degradação que vem sofrendo, evidencia que se nada for feito
rapidamente, pode-se perder um dos únicos sítios industriais urbanos do Estado do Rio
Grande do Sul que ainda mantém parte de sua estrutura edificada. Com o intuito de
fornecer uma dimensão distintiva aos agentes e gestores patrimoniais na tomada de
decisão, este trabalho tem por objetivo dimensionar o valor atribuído pela sociedade rio-grandina à fábrica Rheingantz utilizando, o método da valoração contingente,
fundamentado em Pearce, Pagliola, entre outros. A valoração econômica se justifica em
virtude da necessidade de se fazer escolhas entre o que é imprescindível preservar e o
que não é - em função dos recursos escassos. Para tanto, este trabalho foi desenvolvido
por meio do método de abordagem dedutivo, descritivo e pesquisa de campo. Foram
entrevistados 500 indivíduos dos quais, 87% acreditam que a fábrica representa a
identidade local, 84% que deve ser tombada como patrimônio cultural do Rio Grande e
63% responderam estarem dispostos a pagar/doar pela preservação/conservação do
Patrimônio Cultural representado pela Rheingantz, resultando em uma disposição média
a pagar de R$ 4,44 e valor econômico total de R$5.682.600,00