Identificação de famílias mutantes de arroz (Oryza sativa L.) para características de importância agronômica e tolerância a baixas temperaturas na germinação
Resumen
A existência de variabilidade é fundamental para o sucesso do melhoramento
genético. O uso de agentes mutagênicos pode incrementar a freqüência de
mutação, possibilitando o desenvolvimento de variação para as características de
interesse. A ocorrência de baixas temperaturas é um estresse comum na cultura do
arroz em regiões temperadas, portanto a tolerância a baixas temperaturas é uma
característica desejável em genótipos brasileiros de arroz cultivados no sul do país,
onde as temperaturas baixas prejudicam a germinação, o estabelecimento da
lavoura e diminuem o rendimento de grãos. Este trabalho teve como objetivo
identificar genótipos mutantes de arroz para características de importância
agronômica e avaliar a tolerância ao estresse por baixas temperaturas no estádio
germinativo. No estádio germinativo 400 famílias M3 e as testemunhas BRS
Querência, BR IRGA 409 e Nourim Mochi, foram submetidas a tratamentos com
diferentes temperaturas (13 C e 25 C) e comparados quanto ao seu desempenho
relativo, medido pelo comprimento do coleóptilo, comprimento de raiz e comprimento
de parte aérea. Para avaliação dos caracteres de importância agronômica, sementes
de arroz da geração M3 foram semeadas em campo experimental na Embrapa Clima
Temperado. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos completamente
casualizados com quatro repetições. Foram avaliados sete caracteres de
importância agronômica: comprimento da panícula principal, em cm; peso da
panícula principal, em g; massa de grãos da panícula principal, em g; comprimento
da folha bandeira, em cm; largura da folha bandeira, em cm; estatura de planta, em
cm, e comprimento de colmo, em cm. Os resultados indicam que o agente
mutagênico etilmetanosulfonato (EMS), foi eficiente na geração de mutantes de
arroz para seis dos caracteres avaliados, exceto para o caráter comprimento da
folha bandeira, onde não foi verificado incremento da variabilidade genética. A
indução de mutação também foi eficiente em gerar variabilidade genética para
tolerância a baixas temperaturas no estádio de germinação, porém os resultados
também indicaram a ocorrência de um grande número de mutações deletérias,
afetando de forma negativa o desempenho das famílias mutantes.