Aspectos morfológicos e moleculares associados ao caráter tolerância ao encharcamento em trigo
Fecha
2008-10-01Autor
Branco, Juliana Severo Castelo
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Mostrar el registro completo del ítemResumen
Entre os cereais, o trigo (Triticum aestivum L.) é a mais importante cultura, alcançando a terceira maior produção de grãos no mundo sobrepujado apenas pelo milho e arroz. O trigo é cultivado sob diversas condições ambientais, apresentando alta capacidade de produção de grãos, qualidade nutricional e alto grau de adaptabilidade. No Estado do Rio Grande do Sul, aproximadamente 5,4 milhões de hectares são considerados solos hidromórficos e são principalmente utilizados para cultivo de arroz e pastagem, devido a sua baixa capacidade de drenagem. Anualmente, apenas um milhão de hectares está sendo utilizado para o cultivo de arroz, deixando grandes quantidades de terras para o cultivo de culturas forrageiras. Portanto, existe um forte desafio para programas de melhoramento no desenvolvimento de genótipos capazes de tolerar esse ambiente, com uma boa relação custo/benefício para os agricultores. A fim de suprimir o déficit energético provocado pelas condições de hipoxia, várias espécies redirecionam suas vias metabólicas, a fim de garantir a produção extra ATP resultantes do aumento das taxas de fermentação. Nessas espécies, um grupo de proteínas que catalisam a glicólise e metabolismo de açúcares, como a enzima álcool desidrogenase (ADH), é sintetizada seletivamente. O objetivo deste trabalho foi verificar a possibilidade de seleção de genótipos de trigo tolerantes ao estresse por alagamento, em casa de vegetação, utilizando diferentes períodos de alagamento intercalados com drenagem. Além disso, estimar o grau de conservação do gene ADH1 em algumas espécies de plantas. Os resultados indicam que é possível a detecção de variabilidade genética para o caráter tolerância ao alagamento em casa de vegetação. A condição de oito dias de alagamento revelou que os genótipos BRS 120 e BRS 208 foram as mais tolerantes e os genótipos CD 111 e BRS 194 foram as mais sensíveis. A análise filogenética molecular obtida para o álcool desidrogenase (ADH1), indica que os membros Poaceae apresentaram um elevado grau de conservação. As espécies mais próximas foram Saccharum oficinarum e Zea mays, apresentando maior identidade de nucleotídeos. A espécie modelo para plantas monocotiledôneas (Oryza sativa) apresenta uma maior dissimilaridade quanto ao restante das espécies de Poaceae, sugerindo que esta enzima tenha adquirido níveis de funções ou mutações que foram selecionadas sob a condição alagamento.