Perfil vitivinícola, fenologia, qualidade e produção de uvas americanas e híbrida em Pelotas-RS

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Data
2010-04-19Autor
Azevedo, Fernanda Quintanilha
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A vitivinicultura é uma atividade antiga em Pelotas-RS e a viabilidade do cultivo da
uva é facilitada pela tradição da mesma na fruticultura, porém são poucos os dados
técnicos e científicos sobre a mesma nessa região. Com isso, objetivou-se neste
trabalho descrever o perfil vitivinícola, determinar a fenologia e caracterizar a
qualidade e produção de videiras americanas e híbrida cultivadas em Pelotas-RS. A
descrição do perfil atual da vitivinicultura de Pelotas foi efetuada com a aplicação de
um questionário aos produtores de uvas. As avaliações de fenologia, determinação
da qualidade e produção foram realizadas nas cultivares de uva americana Bordô ,
Isabel , Niágara Rosada e a híbrida BRS Violeta , de um vinhedo particular
localizado no interior de Pelotas-RS, nas safras 2008/2009 e 2009/2010. As plantas
foram conduzidas em latada, com espaçamento de 2,0 metros entre plantas e 3,0
metros entre linhas, atingindo área média de 0,5 ha. A observação e o registro dos
estádios fenológicos (início da brotação, pleno florescimento, início da maturação até
a colheita), das cultivares em estudo se deu por meio da escala fenológica sugerida
por Eichhorn e Lorenz (1977). As exigências térmicas das cultivares avaliadas foram
determinadas pelo cálculo de graus-dia (GD) segundo as equações propostas por
Villa Nova et al. (1972). Para qualidade dos frutos foram realizadas as análises de
caracterização química: sólidos solúveis (SS), acidez titulável (AT), SS/AT e pH.
Para a caracterização de produção foram analisados: número de cachos por planta,
massa média dos cachos, massa média dos cachos por planta e produtividade.
Dentre as cultivares implantadas, Bordô e Isabel são as que atingem maiores
áreas e há muito tempo já estão inseridas num contexto tradicional, e são
implantadas com intuito de produzir vinhos, sucos e destinar parte das uvas ao
mercado in natura. Juntamente com a Niágara Rosada representam alternativas de
mercado. As demais, como a cultivar BRS Violeta, são adicionadas ao grupo de
cultivares de uvas para agregar valor aos produtos elaborados e,
consequentemente, contribuir para elevar potencial da produção. A cultivar Isabel foi
a mais tardia e apresentou os maiores intervalos de dias e acúmulo térmico
transcorridos entre a poda e a colheita, seguida das cultivares Bordô, BRS Violeta e
Niágara Rosada. Nas respectivas safras a BRS Violeta apresentou maiores teores
de SS, pH e SS/AT, e a cultivar Bordô apresentou maior AT; o SS/AT para todas as
cultivares e nas safras estudadas está dentro do limite estabelecido na legislação
brasileira. As cultivares mais produtivas foram Isabel na safra de 2008/2009 e BRS
Violeta em 2009/2010.