Coberturas à base de quitosana na qualidade pós-colheita de morangos cv. Aromas .
Resumen
O morango é um fruto altamente perecível, apresentando período de conservação
pós-colheita relativamente curto em virtude de alterações fisiológicas e incidência de
podridão fúngica, o que limita sua comercialização in natura. As coberturas
comestíves à base de quitosana tem-se mostrado como alternativas no controle das
alterações pós-colheita responsáveis pela deterioração do morango. Este trabalho
foi dividido em dois ensaios experimentais. No primeiro artigo, avaliou-se a aplicação
de coberturas comestíveis à base de quitosana contendo cálcio e ácidos graxos para
promover a manutenção da qualidade pós-colheita de morangos cv. Aromas durante
o armazenamento refrigerado. Três coberturas foram estudadas: quitosana + cloreto
de cálcio (QC); quitosana + cloreto de cálcio + ácido oléico (QCAO); quitosana +
cloreto de cálcio + ácido esteárico (QCAE). Após aplicação das coberturas, os frutos
foram mantidos por 10 dias sob condições de 0+2°C e 75+5%UR. A firmeza, o pH, a
acidez titulável, o conteúdo de sólidos solúveis e a cor não apresentaram variação
significativa ao final do armazenamento, não sendo verificada diferença entre os
tratamentos quando comparados ao controle. A cobertura apresentou efeito
significativo na redução da podridão fúngica dos frutos cobertos com QC,
verificando-se uma redução de 83%. Os frutos que receberam as coberturas QC ou
QCAE apresentaram mesma aceitação que os frutos controle. No segundo artigo,
avaliou-se o efeito de coberturas comestíveis à base de quitosana, combinada ou
não com cálcio e ácido ascórbico, na manutenção da qualidade pós-colheita de
morangos durante o armazenamento refrigerado (0°C) e sob temperatura ambiente
(25°C). Quatro coberturas foram estudadas: quitosana (Q); quitosana + cloreto de
cálcio (QC); quitosana + ácido ascórbico (QA) e quitosana + cloreto de cálcio + ácido
ascórbico (QCA). Após aplicação das coberturas, os frutos foram mantidos por 15
dias, a 0+2°C e 75+5%UR (refrigerado) e à 25°C + 2ºC (ambiente) durante 7 dias.
Nas amostras refrigeradas, a utilização de coberturas promoveu manutenção da
Lacidez titulável, redução de perda de firmeza e do desenvolvimento fúngico, sendo
este completamente inibido nos frutos cobertos com QA e QC até o décimo segundo
dia de armazenamento. O pH, o conteúdo de sólidos solúveis, a cor (L*, C* e h*), o
conteúdo de antocianinas e o de compostos fenólicos não sofreram influência da
aplicação da cobertura. Nos frutos armazenados à temperatura ambiente, foi
verificado o efeito da cobertura na manutenção da firmeza, e no controle do
desenvolvimento fúngico, não sendo observado efeito sobre a perda de massa e
demais parâmetros estudados. De forma geral, pode-se concluir que a aplicação
pós-colheita de coberturas à base de quitosana em morangos preserva sua
qualidade durante o armazenamento. A incorporação de ácido ascórbico ou cloreto
de cálcio na cobertura possibilita ganho adicional no controle do desenvolvimento
fúngico, obtendo-se maior aceitação para as coberturas contendo ácido ascórbico. O
uso dessa cobertura permite estender a vida útil de morangos armazenados sob
refrigeração e à temperatura ambiente, por até doze e três dias, respectivamente.