Viabilidade econômica do cultivo de frutíferas nativas em áreas degradadas e de preservação permanente
Resumen
A legislação brasileira impõe restrições à utilização de Áreas de
Preservação Permanente (APP) para agricultura, sendo necessário buscar
alternativas economicamente viáveis e adequadas à legislação ambiental. Diversas
propriedades familiares estão em risco de se tornarem inviáveis, pelas restrições
enfrentadas em virtude da sua localização próxima a rios, áreas de declive
acentuado ou às próprias fontes de água. Na região Extremo-oeste de Santa
Catarina, várias propriedades estão situadas em locais cujas APPs compreendem
espaços consideráveis. Os agricultores enfrentam dificuldades em conseguir tornar
as propriedades economicamente viáveis produzindo nas parcelas que restam em
detrimento da preservação das APPs. O objetivo deste trabalho foi analisar a
viabilidade econômica do cultivo de frutíferas nativas em APPs ou áreas
degradadas. Foram determinados os custos de produção das seguintes espécies
frutíferas de ocorrência nativa na região: Jabuticaba (Myrciaria cauliflora (Mart.) O.
Berg), Pitanga (Eugenia uniflora L.), Cereja (Eugenia involucrata DC.) e Araticum
(Annona neosalicifolia H. Rainer). Considerou-se o custo que as sementes e as
mudas representam no custo total de produção para a análise. Também foi
analisada a rentabilidade deste tipo de cultivo em APP e comparada à rentabilidade
proveniente de duas frutíferas (Pêssego e Laranja) e uma cultura anual (soja).
Verificou-se que a produção destas frutíferas nativas é mais viável a partir de
sementes, principalmente em virtude do preço das mudas ser elevado. A
rentabilidade de frutíferas nativas é maior do que a cultura da laranja, e menor do
que a do pêssego. A comparação com a cultura da soja em mesma área,
considerando a tecnologia regional utilizada mostrou maior viabilidade nas frutíferas
nativas.