Entre photos, graphias, imaginários e memórias: a (re) invenção do ser professor
Fecha
2012-05-14Autor
Brandão, Cláudia Mariza Mattos
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Este estudo se insere na Linha de Pesquisa Cultura Escrita, Linguagens e Aprendizagem, tendo como base os estudos desenvolvidos no Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Imaginário, Educação e Memória (GEPIEM). Trata-se de uma pesquisa de natureza qualitativa, com cunho sócio-fenomenológico, norteada pelos princípios da metodologia de convergências de Gilbert Durand. A investigação busca vislumbrar o universo mítico das representações sobre a docência, demonstrando a capacidade da fotografia de manifestar símbolos introjetados, dando visibilidade aos imaginários fundantes dos sujeitos. Ela analisa os múltiplos sentidos que movem este universo de representações (que para Gilbert Durand são presentificações das suas heranças arquetípicas), a partir de foto-graphias produzidas por professores formados e em formação, frequentadores de cursos ministrados pela pesquisadora em diferentes cidades do estado do Rio Grande do Sul, entre 2007 e 2010. Tais imagens foram obtidas como respostas à provocação ―Ser professor é...‖ tendo como mote a continuação da frase, através de fotografias. Desse modo, a linguagem fotográfica, nesta tese, caracteriza-se como um exercício de introspecção ativador da imaginação criadora, assim como propõe Gaston Bachelard. O inventário e a posterior análise desse capital empírico permitiram a identificação dos núcleos simbólicos mais recorrentes, determinados pelas homologias significativas (repetições) dos símbolos manifestados pelos schèmes fotográficos. Eles foram arranjados no formato de uma crônica visual narrativa e através do exercício da photoanálise - uma metodologia de convergências - revelaram-se pregnâncias presentes no universo dos símbolos da docência, manifestados a partir de diferentes pessoas e lugares. Por meio da ponderação sobre as correspondências arquetípicas entre os discursos imagéticos que integram os interstícios da pesquisa é possível acessar outros modos de dizer e dizer-se. Em geral, esta modalidade de expressão permite trazer ―respostas‖ simbólicas, a exemplo das que nesta tese conduziram a Prometeu, Hermes e Narciso como mitos diretores do universo das representações sobre docência. Portanto, neste trabalho a fotografia é reveladora das presentificações do imaginário referentes aos universos simbólicos entretecidos no ser professor. A pesquisa contribui para a construção destes diferentes olhares e conhecimentos sobre o tema, com vistas a favorecer o reconhecimento dos substratos das atitudes sociais, reflexos de mentalidades e comportamentos, apresentando a instância simbólica como reveladora das raízes arcaicas que nos atam ao trajeto antropológico do ser.