Caracterização morfológica, fisiológica e bioquímica da Corticeira-do-banhado em condições de alagamento
Resumen
A Erythrina crista-galli L., popularmente conhecida como Corticeira-dobanhado,
é uma árvore de porte médio, pertencente a família fabaceae,
conhecida, especialmente, pela coloração vibrante de suas flores. A corticeira
está listada como planta imune ao corte, pelo CONAMA, tamanha é a
devastação do seu habitat natural e devido a sua importância na restauração
de mata ciliar e recuperação de ecossistemas degradados em locais com
inundação periódica e de rápida duração. Portanto o objetivo deste trabalho foi
estudar as alterações morfológicas, fisiológicas e bioquímicas em plantas de
corticeira-do-banhado em resposta ao estresse ocasionado pela diferença nas
condições hídricas. Plantas oriundas de sementes foram cultivadas em vasos
de 0,5L em casa de vegetação e transferidas para vasos de cinco litros. Foram
utilizados dois tratamentos: plantas alagadas na raiz com a manutenção de
uma lâmina de água acima do solo e plantas não alagadas (controle), mantidas
em capacidade de campo. Foram avaliados os parâmetros de crescimento,
alterações no aparato fotossintético através da análise da fluorescência
transiente da clorofila a e a atividade das enzimas do estresse oxidativo,
quantificação de peróxido de hidrogênio e peroxidação lipídica em folhas e
raízes além da atividade das enzimas fermentativas em raízes. O delineamento
experimental utilizado foi em blocos ao acaso e os resultados obtidos foram
submetidos à análise de variância (ANOVA) e analisados por comparação de
médias pelo Teste de Tukey a 5% de significância. Os resultados obtidos
permitem afirmar que o alagamento, durante o período estudado, não
compromete a sobrevivência das plantas de Corticeira-do-banhado, pois estas
continuaram a se desenvolver mesmo sob alagamento, apesar de
apresentarem crescimento significativamente menor em relação às plantas não
alagadas. As plantas também são capazes de acionar o sistema de defesa
antioxidante enzimático, reduzindo assim os danos oxidativos. Da mesma forma, a espécie é hábil em utilizar a rota fermentativa como alternativa para a
manutenção da produção de energia durante a condição hipóxica. A formação
das raízes adventícias é a estratégia morfológica mais evidente para a
sobrevivência das plantas sob alagamento, permitindo que através das
mesmas ocorra um ajustamento metabólico lento e contínuo, durante todo o
período de estresse.