Ocorrência e bionomia de Ctenarytaina eucalypti (Maskell) (Hemiptera: Psyllidae) e seu inimigo natural Psyllaephagus pilosus Noyes (Hymenoptera: Encyrtidae) em plantas de Eucalyptus globulus
Abstract
Espécies do gênero Eucalyptus hospedam várias espécies de insetos da família
Psyllidae. Dentre elas, Ctenarytaina eucalypti (Maskell) (Hemiptera: Psyllidae) é
considerada a mais prejudicial, causando danos à cultura onde quer que tenha sido
introduzida. Para o controle desses hemípteros fitófagos, tratamentos com
inseticidas provaram ser caros e não sustentáveis, porém, o ingresso da praga em
nosso país, se deu junto com seu inimigo natural específico Psyllaephagus pilosus
Noyes (Hymenoptera: Encyrtidae). Neste sentido, o presente estudo objetivou
verificar a ocorrência de Ctenarytaina eucalypti e de seu inimigo natural
Psyllaephagus pilosus em plantios comerciais de Eucalyptus globulus; sua flutuação
populacional; sua biologia e definir uma metodologia de criação. Quando estudado
em laboratório, a temperatura de 22 ± 2ºC, fotofase de 12 horas e umidade relativa
do ar de 60 ± 10% C. eucalypti completou o ciclo total em 39,49 ± 6,4 dias, sendo
8,83 ± 1,71 dias para o período embrionário e 30,67 ± 6,08 dias de desenvolvimento
ninfal. A longevidade média dos adultos foi de 6,19 ± 3,06 e 6,50 ± 3,88 dias para
machos e fêmeas respectivamente. Verificou-se que C. eucalypti oviposita na axila
dos primórdios foliares nas brotações ainda fechadas. Ninfas de todos os ínstares
formam colônias nas brotações, permanecendo a maior parte do tempo imóveis,
com o estilete inserido na planta. Os excrementos são eliminados em forma de
bolhas ou gotas que se espalham sobre a colônia. A flutuação populacional foi
avaliada através de 27 coletas realizadas quinzenalmente. O total de insetos
catalogados foi 54.160 indivíduos. Destes, 51.119 (94,4%) eram C. eucalypti, sendo
a maioria ninfas. O total de parasitóides encontrados foi de 3.041, dos quais 73,40%
correspondiam às múmias. Pode-se observar que a população do psilídeo aumenta
quando as temperaturas começam a se tornar mais amenas, ou seja, a partir do mês
de julho. Com o crescimento da densidade populacional do inseto-praga aumenta a
disponibilidade de alimento para o parasitóide, que com isto tem sua população
aumentada, conduzindo a uma queda das duas populações em um nível de
equilíbrio num patamar populacional bastante reduzido, até que, em função do baixo
nível populacional do parasitóide, a praga volta a recuperar sua população,
tornando-se um processo cíclico. A longevidade de P. pilosus foi registrada
avaliando-se, em laboratório, 100 adultos à temperatura de 25 ± 1ºC, obtendo-se
uma duração média de 9,48 ± 6,37 dias.