Ocorrência de formigas cortadeiras em áreas florestadas com Eucalyptus spp. Nas regiões sul e campanha do Rio Grande do Sul e estudo do controle com iscas das espécies predominantes
Resumen
O Rio Grande do Sul vem recebendo nos últimos anos investimentos significativos,
principalmente a região Sul e Campanha, com o plantio de florestas de eucalipto
para produção de celulose e papel. O principal problema entomológico desta cultura
são as formigas cortadeiras, onde cada espécie apresenta hábitos próprios, o que
exige métodos de controle diferenciados. Dentro das estratégias de controle, o
método mais eficiente ainda é o químico. Nesse sentido, o objetivo do presente
trabalho foi identificar as espécies que ocorrem nos florestamentos de eucalipto e
testar nova formulação de isca formicida no controle das espécies mais freqüentes.
Para isso, o levantamento foi realizado em cinco áreas de cultivo de eucalipto,
distribuídas em cinco municípios (Rio Grande, Arroio Grande, Piratini, Pinheiro
Machado e Bagé). Foram realizadas três coletas anuais sendo uma antes do plantio,
e nos dois anos subseqüentes de cultivo, compreendendo o período de maio de
2006 a março de 2008. A eficiência da isca foi avaliada sobre formigueiros das
espécies predominantes. Ao todo foram encontradas sete espécies: Acromyrmex
ambiguus (Emery, 1887), Acromyrmex heyeri (Forel, 1899); Acromyrmex landolti balzani Emery,
1890; Acromyrmex lundi (Guerin, 1838); Acromyrmex lobicornis (Emery, 1887); Acromyrmex
crassispinus (Forel, 1909) e Acromyrmex striatus (Roger, 1863). A. lundi e A. lobicornis foram
consideradas de baixa freqüência, contudo suas ocorrências foram registradas em
todas as avaliações, enquanto que A. landolti balzani ocorreu apenas no município de
Arroio Grande. A. lobicornis foi encontrada apenas nos municípios localizadas na
região da Campanha. As espécies A. ambiguus e A. heyeri foram as mais freqüentes
antes do plantio e nos dois primeiros anos do florestamento, sendo A. ambiguus
predominante em todas as avaliações. A isca da empresa De Sangosse a base de
sulfluramida (0,3%) exerceu efetivo controle de A. lundi e A. ambiguus na dosagem de
10 gramas por formigueiro, sendo pouco eficiente no controle de A. heyeri.