Propagação de porta-enxertos de pessegueiro por miniestacas herbáceas
Abstract
A fruticultura moderna baseia-se na utilização de porta-enxertos, cujo emprego
possibilita o cultivo de inúmeras espécies e cultivares-copa nos mais diversos climas
e regiões. No entanto existem poucas opções de porta-enxertos disponíveis, no
Brasil, para frutíferas de caroço, e os trabalhos de pesquisa nesta área são
relativamente recentes. A utilização de porta-enxertos decorrente da propagação
sexuada é um dos principais problemas que a cultura do pessegueiro apresenta no
Brasil, refletindo na falta de homogeneidade das plantas, comprometendo a
produção, a produtividade e a longevidades dos pomares. Para tentar resolver o
problema da heterogeneidade, a propagação clonal é uma alternativa promissora
para a produção de mudas homogêneas, com baixo custo, rapidez e manutenção
das características agronômicas importantes. Neste sentido, o trabalho teve como
objetivo avaliar a viabilidade técnica da propagação de algumas cultivares (portaenxertos
e copa) de pessegueiro (Capdeboscq, Aldrighi, Nemared, Nemaguard,
Flordaguard e Okinawa) através da miniestaquia herbácea, testando-se diferentes
concentrações de AIB e substratos. Foram realizados três experimentos em
condições de casa de vegetação. Os seguintes fatores e níveis foram testados:
Experimento 1 - Efeito do AIB e da cultivar no enraizamento de miniestacas
herbáceas de porta-enxertos de pessegueiro. Ramos herbáceos das cultivares de
porta-enxertos de pessegueiro Nemared, Nemaguard, Flordaguard, além das
cultivares-copa Capdeboscq e Aldrighi, foram coletados de plantas matrizes adultas
no verão, para o preparo das miniestacas, que foram imersas por cinco segundos
nas concentrações (0, 1.000, 2.000 e 3.000 mg L-1) de AIB, com quatro repetições
de 20 miniestacas. Aos 60 dias, avaliou-se a porcentagem de enraizamento, número
de raízes, comprimento médio das três maiores raízes, número de brotações e
comprimento da maior brotação. Experimento 2 - Enraizamento de miniestacas a
partir de ramos herbáceos, de três cultivares de porta-enxertos de pessegueiro
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(Nemared, Flordaguard e Okinawa) sob diferentes substratos (vermiculita média;
vermiculita média + areia e turfa de sphagno) utilizando 2.000 mg L-1 de AIB.
Experimento 3 Influência do AIB em quatro concentrações (0, 1.000, 2.000 e 3.000
mg L-1) no enraizamento de miniestacas herbáceas de três cultivares (Nemared,
Flordaguard e Okinawa). Os experimentos foram conduzidos em casa de vegetação,
com temperatura controlada, do Departamento de Fitotecnia, (FAEM/UFPel/RS)
entre dezembro de 2009 e janeiro de 2010. Após o período de enraizamento,
observou-se a maior porcentagem de enraizamento para a cv. Capdeboscq, com
74%, utilizando AIB nas concentrações de 2.000 e 3.000mg L-1, em 60 dias.
Avaliando aos 55 dias o enraizamento em diferentes substratos, a cv. Okinawa
obteve 81% de enraizamento na vermiculita. Em 45 dias, testando a influência do
AIB em quatro concentrações (0, 1.000, 2.000 e 3.000 mg L-1) no enraizamento das
cultivares Nemared, Flordaguard e Okinawa , observou-se que a cv. Nemared
obteve 66% com a concentração de 1.000mg. L-1 de AIB.