Prohexadiona cálcio no controle do crescimento vegetativo de pereiras
Abstract
O excesso de crescimento vegetativo é uma das principais preocupações dos produtores de pera porque resulta em sérios efeitos negativos no pomar, como alto custo de poda, sombreamento da parte interna da copa, baixa qualidade de frutas e dificuldade no manejo de pragas e doenças. A utilização de fitorreguladores [e.g. Prohexadiona cálcio (PCa)] é uma das alternativas mais promissoras para manejar o
crescimento vegetativo de pereiras. PCa reduz o crescimento de ramos através do bloqueio da biossíntese do hormônio vegetal giberelina, a qual regula o crescimento longitudinal dos ramos. O objetivo do presente estudo foi, portanto, de avaliar as respostas produtivas e vegetativas de várias cultivares de pereira em função da PCa. Três experimentos foram conduzidos: Experimento 1) PCa foi aplicado em pereiras d Anjou localizadas em regiões de baixa e alta altitude do Hood River Valley, Oregon, USA, para determinar a sua efetividade no manejo do crescimento vegetativo excessivo em diferentes condições climáticas, com doses de PCa
variando de 125 a 250 mg L-1. O fitorregulador Etefon também foi aplicado (150 e 300 mg L-1) como uma tentativa de melhorar a diferenciação floral; Experimento 2) PCa foi seletivamente aplicado em ramos despontados no período de dormência (1/3 removido) e não podados em um pomar em alta densidade de pereiras d Anjou em Oregon, USA. Ambos os conjuntos de ramos foram tratados com 250 mg L-1 i.a.
P-Ca, o qual foi aplicado uma ou duas vezes; Experimento 3) PCa foi aplicado em pereiras Carrick , Packham s e William s no campo experimental da Universidade Federal de Pelotas, RS, Brasil. As plantas foram tratadas com 750 g ha-1 a.i. PCa, o
qual foi parcelado em quatro (187,5 g ha-1 i.a. cada) e três vezes (250 g ha-1 i.a. cada) nas safras de 2011 e 2012, respectivamente. Os resultados mais importantes são apresentados separadamente para cada experimento. Experimento 1) P-Ca foi eficiente na redução do crescimento de ramos nos diferentes locais e em diferentes safras. Em uma das safras, também foi observado aumento na frutificação efetiva e produtividade. No entanto, a consistente redução no retorno da floração, que resultou em menores retornos de produtividade, a qual não foi relatada anteriormente para d Anjou , neutraliza esses benefícios. Etefon mostrou potencial para melhorar os efeitos do PCa no retorno da floração e produção, mas isso requer estudos adicionais. Experimento 2) No final da estação de crescimento, o comprimento dos ramos não despontados foi reduzido em 28% e 41%, quando
tratados com PCa uma e duas vezes, respectivamente, enquanto que os ramos despontados foram 37% menores (tratados apenas uma vez com PCa) do que o controle. O número de entrenós e comprimento médio dos entrenós foram
significativamente reduzidos nos ramos tratados com PCa, independentemente do tipo de poda, conferindo uma maior densidade de entrenós em relação aos ramos controle. Esses resultados mostram que o PCa é uma potente ferramenta para o manejo preciso do vigor das plantas em pomares conduzidos em alta densidade através do tratamento seletivo de áreas com vigor excessivo. Experimento 3) A aplicação de PCa na dose de 750 g. ha-1 i.a. controla satisfatoriamente o
crescimento de ramos das pereiras Carrick , Packham s e William s , através da redução no comprimento médio dos entrenós. Além disso, foi observado que o retorno da floração não é negativamente afetado pela aplicação do PCa. Dessa
forma, esse fitorregulador é uma ferramenta de manejo promissora para reduzir o crescimento de ramos e a necessidade de poda de pomares de pereira.