Implementação da rastreabilidade na produção integrada de pêssego
Resumen
Os incidentes, relacionados com a contaminação dos alimentos, determinaram
a necessidade de garantias da segurança alimentar através do rastreamento,
possibilitando a identificação dos riscos e a adoção de medidas eficazes para o
controle. Neste contexto, o objetivo do trabalho foi a implementação e
validação de um sistema eficiente e eficaz de rastreabilidade, na produção
integrada de pêssegos (PIP) para indústria, assegurando a qualidade e
inocuidade das frutas. A implementação da PIP e da rastreabilidade, na
produção, foi realizada através de visitas mensais, a partir do início do ciclo
vegetativo até a pós-colheita. Foram determinadas as parcelas nos pomares,
por meio de receptor de dados GPS (Global Positioning System) e a
identificação foi feita através dos registros no caderno de campo. Na colheita,
as caixas foram identificadas com etiquetas, contendo produtor, parcela,
cultivar, data e horário da colheita. No recebimento na indústria, formaram-se
lotes, considerando-se a homogeneidade, cultivar e quantidade de frutas. Cada
lote entrou, individualmente, na linha de processamento, estabelecendo-se um
intervalo entre os mesmos. Após definição dos lotes, coletaram-se as
informações contidas nas etiquetas das caixas, repassando para o banco de
dados, através de leitor óptico, especificando o número de caixas de cada
produtor. Em cada lote, monitorou-se a qualidade do pêssego em calda,
através de análises físico-químicas, de acordo com o caderno de pós-colheita
xi
da indústria da PIP. A partir das informações obtidas, identificaram-se os
produtos com o código de barras EAN/UCC-128, com as seguintes
informações: pêssego/empresa; categoria; peso; data de fabricação e validade;
horário; variedade; número do lote e a escrita rastreabilidade. Individualmente,
nas latas, foram impressos: a data de fabricação/validade e o número do lote.
Foram avaliadas as condições de produção, transporte, armazenamento, para
verificar o grau de conformidade às Normas PIP, através das listas de
verificação para auditoria de adesão e de acompanhamento. Estudaram-se as
causas de não-conformidade e as limitações para a adoção da PIP e da
rastreabilidade. A produção de pêssego em calda rastreado das categorias
extra e especial aumentou, progressivamente, e na safra 2004/05 a mesma foi
de 1.600.000 latas. Os registros armazenados no rastreamento possibilitaram a
manutenção do histórico de cada lote produzido, especificando a proveniência
de todos os componentes, utilizados na fabricação do pêssego em calda. As
informações coletadas, na cadeia produtiva, foram transcritas para o aplicativo
computacional, que armazena as informações e permite o acesso, pelos
compradores ou consumidores, digitando o número do lote impresso na lata,
através de página disponível na Internet. A adoção da PIP permite a obtenção
de frutas com qualidade e a geração de registros que possibilitam acompanhar
todas as práticas culturais adotadas, viabilizando o rastreamento, a
identificação da origem e o histórico da fruta.