Uso de fitorreguladores para controle do desenvolvimento vegetativo e aumento da frutificação em macieira e pereira.
Resumo
O adequado balanço entre o desenvolvimento vegetativo e a frutificação em
espécies pomáceas, como a macieira e a pereira, é fundamental ao aumento da
eficiência produtiva e a melhoria da qualidade dos frutos. Neste sentido, o controle
do desenvolvimento vegetativo e o aumento da frutificação são necessários no
manejo de tais espécies, podendo ser obtidos pelo uso de fitorreguladores.
Objetivou-se com este estudo avaliar o controle do desenvolvimento vegetativo e o
aumento da frutificação de macieiras e de pereiras nas condições climáticas do Sul
do Brasil em resposta ao uso de fitorreguladores. Para tanto, foram realizados três
experimentos. No primeiro experimento, foram avaliadas diferentes concentrações
de proexadione cálcio em macieiras Imperial Gala e Fuji Suprema , enxertadas no
porta-enxerto Marubakaido com interenxerto de M9, em pomar localizado em
Fraiburgo/SC. Os tratamentos (0; 165; 330; 495; 660; e 990 g ha-1 de proexadione
cálcio) foram aplicados durante o período de desenvolvimento vegetativo nos ciclos
2008/2009 e 2009/2010. As concentrações respectivas a cada tratamento foram
aplicadas parceladamente em três momentos. A primeira aplicação foi realizada
quando as brotações do tratamento testemunha apresentavam crescimento de 10
cm. A segunda e a terceira aplicação foram realizadas aos 30 e 60 dias após a
primeira aplicação, respectivamente. O proexadione cálcio foi eficiente no controle
do desenvolvimento vegetativo de macieiras Imperial Gala e Fuji Suprema ,
reduzindo a massa total e a massa média de ramos, assim como o comprimento
médio dos ramos, nas condições climáticas do Sul do Brasil. O uso de proexadione
cálcio em concentrações variando de 165 a 330 g ha-1 aumentou a produção de
maçãs Imperial Gala , porém altas concentrações deste fitorregulador tendem a
reduzir a produção de frutos por planta, sobretudo em macieiras Fuji Suprema . A
redução do desenvolvimento vegetativo pelo uso do proexadione cálcio contribuiu
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para o aumento dos teores de cálcio em maçãs Fuji Suprema . O segundo
experimento foi realizado no município de Pelotas/RS, utilizando pereiras Hosui
enxertadas no porta-enxerto Pyrus calleryana. Foram avaliadas diferentes
concentrações de proexadione cálcio (0; 275; 550; e 825 g ha-1), sendo metade da
concentração respectiva a cada tratamento aplicada quando as brotações
apresentavam entre 5 a 10 cm de comprimento, e o restante aplicado 30 dias após a
primeira aplicação. O uso de proexadione cálcio foi efetivo no controle do
desenvolvimento vegetativo de pereiras Hosui , minimizando a necessidade de poda
hibernal pela redução da massa total e do número de ramos podados. O controle do
desenvolvimento vegetativo pelo uso de proexadione cálcio determinou aumento da
capacidade produtiva de pereiras Hosui , sobretudo em concentrações de 450 a 750
g ha-1. O objetivo do terceiro experimento foi avaliar a efetividade do thidiazuron,
ácido giberélico, proexadione cálcio e a combinação destas substâncias no aumento
da frutificação de pereiras asiáticas Shinseiki . Os seguintes tratamentos foram
aplicados na plena floração: 1. testemunha (sem aplicação); 2. thidiazuron (TDZ) 20
mg L-1; 3. ácido giberélico (AG) 20 mg L-1; 4. proexadione cálcio (PCa) 600 mg L-1; 5.
PCa 600 mg L-1 + TDZ 20 mg L-1; 6. PCa 600 mg L-1 + AG 20 mg L-1; e 7. AG 20 mg
L-1 + TDZ 20 mg L-1. A aplicação de thidiazuron 20 mg L-1, ácido giberélico 20 mg L-1
e a combinação destas substâncias durante a plena floração aumentaram
significativamente a frutificação e a produção de pereiras Shinseiki . O proexadione
cálcio, quando aplicado na floração isoladamente ou em combinação ao thidiazuron
e ao ácido giberélico, não se mostrou efetivo no aumento da frutificação e na
produção de frutos. A utilização dos fitorreguladores na floração diminuiu o número
médio de sementes por fruto.