Isolamento de Salmonella sp. em ruminantes abatidos em frigorífico de Pelotas, RS e avaliação da suscetibilidade dos isolados a antimicrobianos
Abstract
O Brasil possui um dos maiores rebanhos de ruminantes do mundo e destaca-se como um grande exportador de carne. Entretanto, para que a exportação brasileira de carne in natura e seus derivados seja consolidada é importante que o produto tenha segurança alimentar. Entre os micro-organismos usados como indicadores de segurança alimentar, Salmonella se destaca por causar muitas doenças em animais e humanos. Este estudo foi realizado com o objetivo de isolar Salmonella durante o abate de ruminantes em um frigorífico sob inspeção estadual, localizado na cidade de Pelotas, Rio Grande do Sul, que utiliza medidas para o controle de qualidade. Cento e cinquenta amostras foram coletadas de três pontos diferentes do abate: couro do animal após a sangria (P1), carcaça após a evisceração (P2) e conteúdo cecal (P3). Os isolados foram testados quanto à suscetibilidade antimicrobiana in vitro usando amoxicilina, ampicilina e ciprofloxacina. Como resultados, duas (1,33%) cepas foram isoladas de bovinos e classificadas como Salmonella. Nenhuma cepa foi isolada de búfalos. Os dois isolados apresentaram suscetibilidade à amoxicilina e à ciprofloxacina. Além da investigação da presença de Salmonella no fluxograma de ruminantes, foi realizada uma revisão sobre ilhas de patogenicidade em Salmonella (SPI). De acordo com os resultados, conclui-se que existe o risco da bactéria ser incorporada na linha de abate pelos ruminantes e, dessa forma, provocar a contaminação das carcaças. A implementação e a manutenção de medidas para o controle de qualidade nos estabelecimentos são importantes para prevenir ou reduzir o risco à saúde dos funcionários e consumidores.