Reatividade animal e indicadores fisiológicos de estresse: avaliação das suas relações com a qualidade final da carne bovina em distintos períodos de jejum pré-abate
Abstract
Foi avaliada a influência de diferentes períodos de jejum pré-abate sobre a reatividade animal, indicadores fisiológicos de estresse e qualidade final da carne, considerando a glicose como potencial indicador de estresse. Foram utilizados 33 novilhos castrados, cruza Aberdeen Angus com aproximadamente 24 meses de idade, peso médio de 450 kg, com procedência, tempo e condições de viagem semelhantes, sendo abatidos em um frigorífico comercial na cidade de Pelotas RS. Os animais foram classificados em quatro períodos distintos de jejum. A reatividade foi classificada de acordo com uma escala de 0 a 5, sendo 0 o menos reativo e 5 o mais reativo. Amostras de sangue foram coletadas para determinação dos níveis de glicose e cortisol. Após 24 horas do abate, foram obtidas amostras do músculo Longissimus Dorsi resfriado para determinação da qualidade final da carne através das características de coloração, capacidade de retenção de água (CRA), maciez e pH. Os dados foram analisados através de estatística multivariada com teste de agrupamento e ordenação pelo método de analise de componentes (PCA). Os níveis de glicose e cortisol apresentaram crescimento simultâneo. Os animais mais reativos apresentaram níveis sanguíneos de cortisol e glicose elevados, bem como o pH final da carne. Os animais menos reativos tiveram melhores características de maciez, coloração, pH e CRA da carne. O jejum pré-abate não apresentou influência nos parâmetros bioquímicos e nas características de qualidade da carne. A glicose pode representar um indicador fisiológico de estresse.