Manejo aversivo em bovinos leiteiros e efeitos no bem-estar, comportamento e aspectos produtivos

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Data
2008-03-06Autor
Peters, Mônica Daiana de Paula
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Mostrar registro completoResumo
A interação entre homem e animal, influenciada pelo tipo de manejo, é de
fundamental importância na pecuária leiteira, pois de acordo com a sua natureza
serão atingidos maiores ou menores níveis de estresse, com efeitos no bem-estar e
na produtividade animal. O estudo teve como objetivo avaliar os efeitos do tipo de
manejo: aversivo e não aversivo no comportamento, produção e composição do leite
de vacas. Foram utilizadas 32 vacas holandesas, com idade entre 60 e 96 meses,
criadas em sistema extensivo. Foram registradas respostas comportamentais de
escore de reatividade (Re), freqüência de defecação (De) e micção (Mi), além do
tempo de permanência na sala de ordenha (TPO), tempo de ordenha (TOR),
produção de leite, composição química do leite e contagem de células somáticas.
Foram encontradas diferenças significativas entre os tipos de manejos, com relação
à reatividade (P<0,0001), freqüência de defecação (P=0,0208) e de micção
(P=0,0007). Vacas manejadas aversivamente foram mais reativas e apresentaram
maior freqüência de defecação na sala de ordenha. No entanto, vacas submetidas
ao manejo aversivo apresentaram menor freqüência de micção. Houve interação
significativa (P<0,0001) entre os tipos de manejos e os dias com relação ao TPO e
TOR. No período final do experimento, as vacas se habituaram aos tratamentos e
deixaram de responder ao estímulo. Na produção de leite houve interação
significativa (P=0,0062) entre manejo e idade das vacas, onde o manejo aversivo
afetou negativamente a produção de vacas com idade média de 60 meses.
Entretanto, não houve efeito dos tipos de manejo sobre a composição química do
leite e contagem de células somáticas. Concluiu-se que o manejo aversivo altera o
comportamento das vacas na ordenha, reduzindo o bem-estar animal, com
diminuição da produção de leite de vacas com idade média de 60 meses.