Caracterização morfogênica e estrutural de trevo alexandrino submetido a diferentes intervalos e alturas de corte em consorcio com azevém anual.
Resumo
O experimento foi conduzido a campo, em área da Embrapa Clima Temperado, no município Capão do Leão, RS, durante o ano de 2009, para avaliar o efeito de diferentes intervalos e alturas de corte sobre as características morfogênicas e estruturais de trevo alexandrino (Trifolium alexandrinum L.) consorciado com azevém anual (Lolium multiflorum) bem como a produção de matéria seca das forrageiras. Os tratamentos consistiram de duas alturas residuais (A1=5 cm e A2=10 cm) e três intervalos entre cortes baseados em somas térmicas (IC1=350 GD; IC2=450 GD e IC3=550 GD). O delineamento utilizado foi blocos completos ao acaso, com quatro repetições. Foram marcadas em cada parcela três perfilhos de azevém e três ramos de t. alexandrino representativos da pastagem. Em ambos foi avaliado o número de folhas vivas (NFV), número de folhas mortas (NFM), taxa de surgimento de folhas (TSF) e filocrono, bem como a taxa de crescimento diário (TCD) e a produção de folhas e caules (kg de MS/ha). No trevo alexandrino também foi avaliado a taxa de surgimento de ramos (TSR), número de nós por planta (NNP) e número de ramos por planta (NRP). A TCD para o azevém e o trevo alexandrino foi maior no intervalo com 450 GD com 25,5 e 14,9 kg de MS respectivamente. A produção de MS de folhas de trevo foi maior em IC2 nas duas alturas de corte, no entanto para o azevém foi maior em IC1 na altura de 10 cm. A produção de MS de caules de trevo foi maior em IC2 e A2 e para o azevém foi maior em IC3 e A2. A TSF para o azevém e o trevo no corte do rebrote foi 0,032 e 0,132 folhas/dia respectivamente. Não foi observado número considerável de folhas mortas para avaliação nos tratamentos para o trevo; já para o azevém o NFM, foi maior em IC2 com 2,667 folhas. As avaliações realizadas no trevo alexandrino quatro semanas após o rebrote apresentaram os melhores resultados para TSF de 0,247 folhas/dia; filocrono de 4,211 °C/dia/folha em IC2 e TSR de 0,136 ramos/dia. Para o NNP e NRP os maiores valores foram em IC3 com 31,815 e 4,390, respectivamente. O NFV foi maior em IC2 e IC3 com 8,709 e 9,168 folhas, respectivamente e iguais estatisticamente. Os cortes realizados com intervalos de 450 graus-dia se mostraram ser os ideais para o manejo desta consorciação tendo em vista que as melhores características forrageiras foram observadas neste, bem como o favorecimento às duas forrageiras,
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para a leguminosa que acrescenta qualidade à pastagem. As características morfogênicas e estruturais não são afetadas pela elevação da altura de corte de 5 cm para 10 cm.