Implementação do Plano Educacional Especializado para crianças com autismo no contexto da educação infantil: uma revisão bibliográfica

Abstract

De acordo com a versão mais recente do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é um transtorno do neurodesenvolvimento caracterizado por déficits no comportamento e na comunicação/interação social. As pessoas com TEA podem apresentar, dentre outras características, interesses e comportamentos estereotipados, restritos e repetitivos, dificuldades em alterar rotinas, inflexibilidade de comportamento, ausência de contato visual e linguagem corporal, dificuldades na comunicação verbal e em criar e manter relações sociais. Atualmente, a inclusão das crianças com TEA ultrapassa a discussão acerca do acesso ao ensino regular, pois embora a escola seja um lugar de grande potencial para enriquecer as experiências sociais e o desenvolvimento de novas aprendizagens das crianças (NUNES et al., 2013), somente a matrícula não basta para que ocorra a inclusão e a aprendizagem. Os estudos precisam estar centrados nas estratégias de ensino que considerem as características de cada criança, de modo a garantir o progresso e a permanência dos estudantes nas escolas (MATOS; MENDES, 2015). Essa é uma questão complexa, visto que grande parte dos professores não se sente preparada para trabalhar com os alunos com TEA (CAMARGO et al., 2020). Nessa perspectiva, buscar alternativas que auxiliem o professor no desafio de ensinar crianças com autismo, considerando necessidades e adequações curriculares individualizadas, é uma demanda importante para a pesquisa na área da educação inclusiva. Estudos nacionais têm demonstrado (COSTA, 2016; PEREIRA; NUNES, 2018) o Plano Educacional Individualizado (PEI) como uma metodologia de trabalho colaborativa benéfica no processo de ensino-aprendizagem de crianças com TEA, ou seja, tanto para os alunos quanto para os professores.