Caracterização de genótipos mutantes de arroz para tolerância à salinidade no início do estádio vegetativo e produtividade de grãos
Resumo
Cultivado desde o início da domesticação de plantas, o arroz (Oryza sativa L.) é um
dos cereais mais importantes do mundo, sendo alimento básico para mais da
metade da população mundial. Porém, a demanda de alimentos está sendo elevada
devido ao constante crescimento populacional, e as previsões indicam a
intensificação das mudanças climáticas, potencializando a incidência de estresses
abióticos como a salinidade, que causam redução da produtividade e ameaça a
segurança alimentar. O arroz é mais sensível à salinidade no início do estádio
vegetativo e no estádio reprodutivo. O excesso de sal causa estresse osmótico, que
reduz a absorção de água, e estresse iônico que afeta todo metabolismo da planta.
Por isso, o desenvolvimento de novas cultivares de arroz com maior produtividade
e estáveis sob condições de salinidade é um dos principais objetivos do
melhoramento genético de arroz. O sucesso do melhoramento de plantas depende
da presença de variabilidade genética, a qual tem se tornado cada vez mais estreita
devido à forte pressão de seleção por cultivares de arroz mais produtivas. A indução
de mutações utilizando radiação gama tem sido rotineiramente aplicada para
criação de variabilidade genética em arroz. Nesse sentido, o objetivo deste estudo
foi caracterizar genótipos mutantes, em gerações M5 e M6, quanto à tolerância à
salinidade no início do estádio vegetativo e a produtividade de grãos. A indução de
mutação possibilitou a criação de variabilidade genética para tolerância à salinidade
em plantas no início do estádio vegetativo assim como para produtividade de grãos
em arroz. Com base nos parâmetros morfológicos avaliados, foram identificados
mutantes com maior tolerância à salinidade no início do estádio vegetativo do que
a BRS Pampeira. Da mesma forma, mutantes mais produtivos que a cultivar original
também foram detectados.