A domesticação da aveia implicou na perda de microssatélites?
Resumo
A aveia branca é um cereal que vem se destacando com seu potencial na
agricultura, principalmente por conta da produção de grãos, que possuem qualidade
industrial e com composição química excelentes, como também pelas várias
possibilidades de uso. Esse cereal é comumente cultivado nos estados do Sul do
Brasil, onde a mesma possui melhor adaptação. Nesse aspecto é uma das culturas
que se destaca nos programas de melhoramento, visando o aumento de produtividade
e resistência a fatores abióticos e bióticos para melhor adaptação a diversas regiões.
A evolução das plantas, evidenciada pela diversidade de seus genomas, reflete a
adaptação ao longo de milhões de anos a diferentes ambientes e pressões seletivas.
A variabilidade genômica nas plantas impulsiona a inovação evolutiva, permitindo a
exploração de novos nichos e a resposta a desafios ambientais, como mudanças
climáticas e interações com outras espécies, fundamental para sua sobrevivência e
diversificação ao longo do tempo. Os microssatélites são uma ferramenta fundamental
para estudos de melhoramento avançado, podendo serem utilizados de diversas
formas para otimizar o tempo gasto no desenvolvimento de novas cultivares como
também se ter o estudo complexo de regiões dentro dos genomas e estudar regiões
intergenicas e genicas .Os objetivos da presente dissertação é caracterizar a presença
de microssatélites nos subgenomas da aveia, verificar a distribuição destes
miscrossatélites nos diferentes tipos de genes quanto à sua função e comparar a
presença destes nos genomas ancestrais comparada com a presença no genoma da
aveia hexaploide cultivada. Foi feita a comparação da quantidade de microssatélites
presentes em seus genomas AA, CC e DD e estimou-se a perda dessas sequências
devido à domesticação e ao processo evolutivo da aveia branca ao decorrer dos anos.
Os microssatélites são importantes quando associados a genes envolvidos em
processos vitais, no desenvolvimento, na produtividade, resistência e/ou tolerância
dentre outros processos.
Foram observadas variações entre genomas da Avena sativa comparada as
ancestrais Avena longiglumis e Avena insularis, onde demonstraram uma maior perda
de microssatélites monômeros e dímeros, como também houve uma conservação de
microssatélites dentro de genes entre genomas DD da Avena sativa quando
comparada a Avena insularis mostrando uma desuniformidade entre os genomas.
A presença diferencial de microssatélites nos genomas ancestrais e na aveia
hexaploide cultivada sugere que a seleção ao longo do tempo não foi uniforme nos
três genomas da aveia, com reduções mais significativas de microssatélites ocorrendo
nos genomas AA e CC, particularmente dentro de genes.