Caracterização molecular de xanthomonas campestris pv. Pruni pela técnica de RAPD e prognóstico da produção e qualidade da xantana
Resumo
Diversas cepas de X. campestris são capazes de produzir um polímero
extracelular denominado xantana, que é amplamente utilizado em alimentos. A
xantana utilizada no Brasil é em sua totalidade importada. Entretanto, pela
diversidade da microbiota, o país apresenta bom potencial para a produção
deste polímero com ótima qualidade industrial. A análise do polimorfismo do
DNA por amplificação aleatória (RAPD) apresenta uma série de vantagens
práticas quando comparada a outras técnicas moleculares. O objetivo deste
estudo foi correlacionar os perfis genéticos gerados pela técnica do RAPD com
a planta hospedeira e com a produção, viscosidade e composição química de
xantana produzida por 20 cepas de Xanthomonas campestris pv. pruni. Para a
análise do RAPD foram utilizados dois primers, resultando na amplificação de
fragmentos polimórficos, permitindo a diferenciação de cepas. A produção do
biopolímero foi feita em MPII, a 28oC e 200 rpm por 72 h. Foi analisada a
viscosidade de solução 3% (m/v) de xantana a 25oC no reômetro rotativo
HAAKE RS150. A análise da composição química dos biopolímeros foi
realizada através de cromatografia em camada delgada comparativa (CCDC). A produção da goma xantana variou em função da cepa de X. campestris
pv. pruni produtora. Todos os polímeros produzidos no laboratório
apresentaram comportamento pseudoplástico e a mesma composição química:
ácido glicurônico, glicose, manose e ramnose. O perfil de RAPD mostrou uma
grande similaridade genética entre as cepas estudadas. Com os primers
testados, não houve correlação entre os resultados de RAPD X produção X
viscosidade X composição química. Observou-se, porém, diferença entre o
perfil genético do isolado de amendoeira e isolados de pessegueiro e
ameixeira.