Desempenho de Penisetum purpureum cv Kurumi e Panicum maximum cv Zuri sob rebaixamento drástico durante o outono-inverno em terras baixas no sul do Brasil
Resumo
Espécies forrageiras perenes eretas de estação quente, ao serem rebaixadas drasticamente, expõe as suas gemas basilares, o que pode resultar na morte destas plantas durante as estações frias do Sul do Brasil pela ação da geada, fator que pode comprometer o estande de plantas para as safras posteriores. Por outo lado, a desfolha intensa durante as estações frias possibilita maior colheita de forragem em momentos estrategicamente importantes. Deste modo, para verificar o impacto desta maior intensidade de desfolha durante as estações frias no sul do Brasil, foi conduzido um experimento na Estação Experimental Terras Baixas - Embrapa Clima Temperado, localizada no Município de Capão do Leão, Rio Grande do Sul/Brasil. Foram estudados os fatores: Forrageira perene tropical ereta (Pennisetum purpureum – cultivar BRS Kurumi e Panicum maximum – cultivar BRS Zuri); rebaixamento drástico das espécies tropicais durante as estações de outono e inverno (7cm), rebaixamento recomendado para estas espécies (40cm); momentos produtivos primeira safra (primavera-verão de 2022-2023); outono de 2023; entressafra (outono e inverno de 2023); e segunda safra (primavera-verão de 2023-2024). A área experimental foi composta por 3 blocos. As parcelas tinham dimensão de 7m x 4m. Os dados foram analisados por meio da análise de variância e teste de Tukey (p < 0,05). O preparo do solo e manejo das cultivares, exceto a desfolha drástica, ocorreram de acordo com as recomendações técnicas, com semeadura e plantio realizados em 5 de dezembro de 2022. As coletas de forragem para a cultivar Kurumi foram em área de 80cm x 160cm (duas plantas) e para a cultivar Zuri em área de 45cm x 50cm. A forragem permaneceu por 72 h em estufas de ar forçado (55oC) para a determinação da massa de forragem colhida. O Zuri propiciou maior colheita de forragem com 34.151 kg MS/ha enquanto o Kurumi produziu 21.602 kg MS/ha ao longo de duas safras em terras baixas, no sul do Brasil. O rebaixamento intenso durante o período de outono-inverno (entressafra) não alterou a quantidade de forragem colhida ao longo de duas safras, apenas o momento em que maior quantidade de forragem foi colhida, no outono-inverno (6.006 vs 3.339kgMS/ha) em favor do rebaixamento intenso ou na safra seguinte (7.387 vs 10.243kgMS/ha) em favor do manejo recomendado. Isto indica ao produtor a melhor época de utilização destas espécies para evitar o vazio forrageiro. Em função de temperaturas e precipitações atípicas durante outono-inverno de 2023 e durante a segunda safra (2023-2024), há a necessidade da continuidade dos estudos para que avaliações ocorram sob condições ambientais mais próximas a normalidade e, especialmente, a invernos mais extremos.