A saúde mental dos pós-graduandos e suas estratégias de Coping à luz do método Photovoice
Resumen
Esta pesquisa buscou conhecer a percepção dos Pós-graduandos de Mestrado e
Doutorado do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal
de Pelotas (UFPel) quanto a sua Saúde Mental e as estratégias de coping
(enfrentamento), e autocuidado adotadas para minimizar os impactos psicossociais.
O coping refere-se a mecanismos cognitivos, emocionais e comportamentais para
lidar com situações estressoras, enquanto o autocuidado envolve práticas preventivas
que promovem equilíbrio físico e mental. A pesquisa utilizou o método Photovoice,
uma abordagem qualitativa que combina fotografia e narrativas para capturar as
experiências subjetivas dos participantes. Desenvolvido por Caroline Wang e Mary
Ann Burris nos anos 1990, o Photovoice tem raízes na pedagogia crítica de Paulo
Freire, incentivando a reflexão e o empoderamento por meio da expressão visual e do
diálogo coletivo. Essa metodologia permitiu que os pós-graduandos documentassem
e discutissem sua saúde mental, facilitando a identificação de fatores de risco e
estratégias de coping. O estudo tem como objetivo conhecer a percepção dos Pós graduandos de Mestrado e Doutorado do Programa de Pós-Graduação em
Enfermagem da UFPel quanto a sua Saúde Mental e as estratégias de coping,
utilizando Método do Photovoice. Trata-se de uma pesquisa qualitativa cujo local de
estudo foi a Faculdade de Enfermagem da UFPel na cidade de Pelotas no Rio Grande
do Sul. A Coleta de dados ocorreu nos meses de dezembro de 2024 e janeiro de 2025
após a aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob o Parecer nº 7.035.519. No
primeiro momento, os dez participantes produziram imagens que representassem sua
saúde mental e estratégias de coping e/ou autocuidado. Na segunda etapa ocorreu a
entrevista discursiva com duração média de 13,5 minutos cada entrevista e utilizou se a análise temática dos resultados. Os dados encontrados revelaram que os
estudantes enfrentam altos níveis de ansiedade e estresse devido à cobrança por
publicações, conciliação entre vida acadêmica e pessoal, e incertezas quanto ao
futuro profissional. Estratégias como organização do tempo, apoio psicológico,
atividade física e redes de apoio social são comumente relatadas como formas de
mitigar esses efeitos. Contudo, a falta de políticas institucionais efetivas e a redução
de investimentos em bolsas de estudo agravam o cenário, exigindo uma revisão
estrutural nos programas de pós-graduação. Em síntese, o estudo buscou não apenas
identificar os problemas, mas também propor ações que promovessem uma cultura
acadêmica mais saudável, colaborativa e menos excludente. A valorização da saúde
mental e a implementação de suportes institucionais são fundamentais para garantir
o bem-estar dos pesquisadores e, consequentemente, a qualidade da produção
científica nacional.