Estabilidade de estrelas híbridas sob diferentes velocidades de conversão de fase e configurações de carga
Resumen
O debate sobre a composição interna das estrelas de nêutrons continua em
constante evolução. A Cromodinâmica Quântica, a teoria das interações fortes, ainda
não consegue oferecer uma descrição precisa das altas densidades encontradas
nestes astros, especialmente em seus núcleos. Consequentemente, a equação de
estado que modela a composição dessas estrelas permanece imprecisa. Recentemente,
esforços tanto teóricos quanto observacionais têm sido feitos para reduzir
essa incerteza, através de observações precisas da massa e do raio das estrelas
de nêutrons. Uma hipótese comum na literatura é a existência de uma transição de
fase em seu interior, dando origem às chamadas estrelas híbridas, compostas por
um núcleo de matéria estranha de quarks envolto por uma camada hadrônica. No
entanto, a ordem e a velocidade dessa transição ainda são desconhecidas. Neste
estudo, assumimos a hipótese de que as estrelas de nêutrons são estrelas híbridas,
com uma transição de fase de primeira ordem, conforme a construção de Maxwell.
Para analisar a estabilidade desses objetos, utilizaremos o formalismo das oscilações
radiais da teoria da Relatividade Geral. Além disso, examinaremos a velocidade de
conversão entre as fases hadrônica e de quarks, comparando-a com as oscilações
radiais da estrela, o que influencia diretamente sua estabilidade. Também trataremos,
em uma parte desta tese, os efeitos da presença de carga elétrica na estrutura e
estabilidade das estrelas gêmeas. Este estudo visa contribuir para o avanço do
entendimento da transição de fase nas estrelas de nêutrons e como as modificações
mencionadas afetam sua estabilidade e estrutura.