Produção de sementes de azevém BRS Ponteio submetido a intensidades de pastejo, épocas de diferimento e adubação nitrogenada em integração lavoura-pecuária
Abstract
O objetivo do trabalho foi avaliar a produção de sementes de azevém em sistema de integração lavoura-pecuária (ILP) com sucessão azevém-soja. Os tratamentos consistiram em duas intensidades de pastejo (moderada e alta, através do controle da altura da pastagem, respectivamente acima de 15cm e abaixo de 10cm), duas épocas de diferimento (morte do perfilho principal e início do florescimento) e quatro doses de nitrogênio (N) (0, 25, 50 e 75kg.ha-1) após a saída dos animais, em blocos ao acaso com duas repetições. O experimento foi realizado na Embrapa Pecuária Sul-Bagé, entre os anos de 2016 e 2018. A pastagem de azevém foi estabelecida via ressemeadura natural, o pastejo foi realizado por terneiras e a soja foi semeada logo após a colheita das sementes de azevém. O pastejo até o florescimento resultou em maior desempenho animal por área (242kg.ha-1 – p=0,015). Após o pastejo intenso até o início do florescimento, houve resposta linear para o rendimento de sementes com o avanço da dose de N (75kg.ha-1 de N – 847kg.ha-1 de sementes). O rendimento de soja não foi afetado pelo N aplicado logo após o diferimento, pela intensidade, nem pelas épocas de diferimento (2.077kg.ha-1 de grãos de média). Portanto, a proposta de manejo mais intenso resultou em maior produtividade do sistema (maior intensidade de pastejo e período de pastejo e maiores doses de N). Todavia, o pastejo moderado por maior período, determinou maior desempenho por animal (890g.animal.dia-1 – p=0,045), e determinou sementes de azevém mais pesadas (PMS =1,79g – p=0,025), e melhor estabelecimento da soja. Após o pastejo moderado a massa aérea de plantas de soja, em V4, foi de 289kg.ha-1 (p=0,003), enquanto após o pastejo intenso foi de 190kg.ha-1. O pastejo até a morte do pefilho principal resultou, também, em melhor estabelecimento da soja (296kg.ha-1 – p=0,048) em relação ao período mais longo de pastejo (184kg.ha-1), porém sem afetar a produtividade de grãos. A maior intensidade de exploração deste sistema resulta em maior produtividade, tanto animal quanto de sementes de azevém, sem afetar o rendimento da soja em sucessão. Em termos produtivos é a melhor opção de manejo, no entanto, salienta-se o pior estabelecimento da cultura da soja após maior intensidade de pastejo e diferimento no florescimento do azevém. O pastejo moderado favorece maior ganho de peso individual e maior peso de sementes de azevém, bem como a sustentabilidade do sistema produtivo, evidenciada pelo melhor estabelecimento da soja. Este manejo determinou maior qualidade dos produtos analisados.