O aumento das doenças infecciosas pós enchente e seu impacto na saúde pública do Rio Grande do Sul

Abstract

As devastadoras enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul (RS) em 2024 evidenciaram a urgência em compreender os impactos das mudanças climáticas. A intensificação do efeito estufa, decorrente das atividades humanas, têm alterado os padrões climáticos globais, tornando eventos extremos como chuvas torrenciais mais frequentes e intensas (IPCC, 2024). No sul do Brasil, essa tendência se manifestou por eventos de precipitação cada vez mais severos que sobrecarregaram os rios e causaram inundações generalizadas. O relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) corrobora essa relação, indicando que o aquecimento global aumenta a probabilidade e a intensidade de eventos extremos, como os que vivenciamos no RS (IPCC, 2020). As mudanças climáticas ao intensificarem eventos extremos como as recentes enchentes, desencadearam um grave problema de saúde pública: o aumento exponencial de doenças infecciosas (GUAÍBA, 2024). A água contaminada e o acúmulo de água parada, consequências diretas das inundações, proporcionaram o ambiente ideal para a proliferação de vetores como o mosquito Aedes aegypti e a bactéria Leptospira spp., elevando significativamente os casos de dengue e leptospirose, respectivamente (CNN BRASIL, 2024). Além disso, a fragilidade da infraestrutura e dos sistemas de saúde, especialmente em áreas mais vulneráveis, agravou a situação, tornando a população mais suscetível a essas doenças. O presente estudo teve como objetivo investigar a relação entre eventos de enchentes e o aumento da incidência de casos de dengue e leptospirose no RS no ano de 2024.