O Programa do Livro Didático para o Ensino Fundamental do Instituto Nacional do Livro – PLIDEF/INL (1971-1976): um estudo sobre as condições históricas e sociais e as paradas em jogo no campo
Resumen
Esta Dissertação de Mestrado tem como objeto de investigação o Programa do Livro Didático para o Ensino Fundamental do Instituto Nacional do Livro (PLIDEF/INL), que funcionou por meio de um sistema de coedição de livros didáticos entre os setores público e privado entre os anos de 1971 e 1976. O dados foram coletados em fontes de diferente natureza, tais como Diários Oficiais da União, Diários do Congresso Nacional, Anuários do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, documentos do Ministério da Educação e Cultura, do Instituto Nacional do Livro e da Fundação de Apoio ao Estudante, e, ainda, reportagens dos jornais Folha de São Paulo, Jornal do Brasil, Diário de Notícias, Diário do Paraná, Correio da Manhã, A Luta Democrática, O Estado de Mato Grosso, Movimento e Fato Novo, assim como das revistas Veja e Realidade, e também em livros didáticos desse período. A partir do conceito de campo do sociólogo francês Pierre Bourdieu buscou-se responder as seguintes questões: Quais foram as condições históricas e sociais que permitiram a existência do campo do PLIDEF/INL? Quais foram as paradas em jogo que mobilizavam os agentes e as instituições envolvidos no campo? No decorrer do trabalho foi possível perceber que o campo do PLIDEF/INL se constituiu através das interações com o campo do poder político, literário e escolar. No que diz respeito à produção dos livros didáticos, foram coeditados novecentos e vinte e sete títulos entre os componentes curriculares de Linguagem, Matemática, Estudos Sociais, Ciências Naturais e Educação Moral e Cívica. Havia no PLIDEF/INL a predominância do componente de Linguagem, com aproximadamente 44% do total do número de títulos. Em relação à parceria público-privada, identificou-se a presença de trinta e seis editoras no programa, contudo, apenas nove (IBEP, Editora do Brasil, Abril Cultural, Companhia Editora Nacional, FTD, Tabajara, Bloch, e Vigília) representam mais de 70% do número de títulos coeditados. Ao que se refere às paradas em jogo observou-se a mobilização em torno de temáticas como o formato do programa, o preço e o modelo do livro didático adotado, a participação das Secretarias Estaduais de Educação e dos professores nas escolhas dos títulos coeditados e a distribuição dos exemplares nas unidades federadas. Os resultados da pesquisa também indicam que apesar do “problema livro didático” suscitar intenso debate no período, a presença deste artefato na escola brasileira era percebida como inquestionável.
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