Processos de empoderamento e a agroecologia: valorizando o trabalho das mulheres rurais?

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Data
2015-08-27Autor
Andersson, Fabiana da Silva
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A tese objetiva analisar processos de empoderamento presentes no cotidiano das
mulheres agricultoras e agroecologistas da região sul do estado do Rio Grande do
Sul (RS). Para tanto, foram realizadas 24 entrevistas em profundidade com as
agricultoras e agentes de desenvolvimento dos municípios de Arroio do Padre,
Pelotas e São Lourenço do Sul. A pesquisa se apoia em três eixos conceituais,
quais sejam, agroecologia, gênero e empoderamento. A agroecologia é vista como
uma ciência que propõe a transição de formatos convencionais de agricultura e de
desenvolvimento para outros mais sustentáveis. A perspectiva de gênero é
analisada a partir das construções sociais e de aspectos relacionais que marcam
diferenças entre os sexos em termos da divisão social do trabalho. O
empoderamento é entendido como um conjunto de processos que conduzem à
ampliação das capacidades de vida e vivência das pessoas. Essa perspectiva inclui
a esfera das decisões tomadas no ambiente doméstico, no que tange à produção
para autoconsumo, à produção comercial (especialmente em termos do atendimento
aos mercados institucionais e feiras livres) e nas questões produtivas estritamente
técnicas. A análise dos depoimentos sugere que o exercício da agroecologia confere
maior protagonismo às mulheres rurais, tanto no que se refere ao trabalho na
lavoura, quanto em outras atividades atinentes ao fazer cotidiano das famílias rurais,
como é o caso das relações tecidas no âmbito dos programas governamentais de
comercialização. É importante destacar que, na medida em que a agroecologia não
apenas restringe o uso de agrotóxicos, como também valoriza o saber fazer local,
visibiliza o trabalho das mulheres nos espaços rurais. De certa forma, este fato
denota a essas mulheres possibilidades de empoderamento. Neste sentido, se pode
afirmar que a agroecologia, se comparada à agricultura convencional, na qual as
práticas são majoritariamente vistas como atribuição masculina, reforça a
importância da participação feminina na ampliação das dinâmicas em prol de
formatos de agricultura mais sustentáveis.
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