Contribuições do Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel sob a ótica das cooperativas de agricultores familiares do noroeste do Rio Grande do Sul.
Resumo
Nos últimos anos, o debate sobre o bem-estar está em alta na sociedade,
compreendendo as dimensões ambiental, social, política, ética, cultural e
econômica. Num contexto de crises, ou insustentabilidade, é necessário e urgente
um repensar sobre hábitos de consumo, modelos de produção, matriz produtiva e
formatos, de modo a promover mudanças que contribuam para o aumento da
sustentabilidade da agricultura, da matriz energética, da sociedade como um todo. O
Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel configura-se, após seus dez
anos de existência, um marco referencial na produção e pesquisa de novas fontes
energéticas e para um conjunto mais amplo de questões relacionadas à agricultura
familiar. Este trabalho tem como objetivo geral identificar as contribuições do
programa para a Agricultura Familiar através das cooperativas de agricultores
familiares Rio Grande do Sul, Os dados coletados são provenientes das
informações fornecidas pelas cooperativas de agricultores familiares inseridas no
programa, há mais de três anos, na região Noroeste do Rio Grande do Sul. Através
das análises dos motivos que atraem as cooperativas ao PNPB, percebe-se que a
inserção destas cooperativas está alicerçada nas questões econômicas, voltadas
diretamente ao agricultor familiar com o aumento de renda através do pagamento de
um bônus, e indiretamente com a cooperativa, fidelizando o agricultor familiar. No
que tange à contribuição da cadeia do biodiesel para a diversificação da base
produtiva da agricultura familiar, não foi possível identificar novas matérias primas
para o biodiesel. Porém, percebe-se que em geral os agricultores familiares das
cooperativas passaram a ter uma atenção diferenciada em suas diversas atividades,
para manterem-se ativos no quadro social. Com a inserção das cooperativas de
agricultores familiares no programa, houve uma exigência do cumprimento da
política de assistência técnica e extensão rural e, deste modo, as cooperativas
reorganizaram os departamentos de assistência técnica, melhorando seu
atendimento aos cooperados.
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