Estabilidade de compostos potencialmente bioativos e alterações de qualidade em frutos e produtos de pimenta (Capsicum spp.)
Abstract
As pimentas do gênero Capsicum spp. fazem parte da biodiversidade e da riqueza
cultural brasileira, são cultivadas em todo o território nacional possuindo uma enorme
variedade de cores, sabores, tamanho e pungência. A Embrapa Clima Temperado –
Pelotas, com o intuito de conservar e caracterizar a variabilidade genética de
pimentas do gênero Capsicum, mantém um banco ativo de germoplasma de
Capsicum (BAG). As pimentas são utilizadas in natura ou processadas. Portanto
muitos destes genótipos necessitam de avaliação quanto aos aspectos de qualidade e
potencial para utilização em produtos alimentícios. Durante o processamento, pode
ocorrer redução no teor de compostos bioativos, pela sua instabilidade às condições
tecnológicas de processamento, o que consequentemente pode reduzir a capacidade
antioxidante, além de interferir também nas características sensoriais. Com base nisto
o presente trabalho teve como objetivo caracterizar acessos de pimenta Capsicum
spp. para fins tecnológicos e avaliar a estabilidade de compostos potencialmente
bioativos. O teor de compostos fenólicos de pimentas in natura variou de 52,45
mg.100g
-¹
(P259) a 21,20 mg.100g
-¹
(P27) equivalentes de ácido gálico. O teor de
carotenoides totais variou de 0,64 mg.100g
-¹
(P259) a 40,26 mg.100g
-¹
(P115)
equivalentes de β-caroteno, o teor de ácido L-ascórbico de 158,38 mg.100g
-¹
(P22) a
18,86 mg.100g
-¹
(P115) e o teor de capsaicinoides totais de 0,024 mg.100g
-¹
(3,93
SHU) no acesso P27 a 1734 mg.100g
-¹
(279.174,27 SHU) para o acesso P247. Em
relação aos produtos observaram-se perdas e incrementos nos teores de compostos
bioativos, os quais foram influenciados pelo tipo de processamento e pelas
características iniciais do fruto in natura (principalmente para geleia e pirulito , quando
comparado com teor do fruto in natura). A redução do teor de vitamina C (ácido L ascórbico), chegou a 81,62% para a conserva da pimenta P259, e o teor de
compostos fenólicos totais em conserva de pimenta P115 foi 5 vezes menor quando
comparado ao fruto in natura. O processamento de pimenta conserva, desidratada e
em pasta promoveu o incremento no teor de carotenoides totais. A análise sensorial
dos produtos revelou que os consumidores de pimenta da região de Pelotas/RS
preferem produtos com pungência não muito elevada e de coloração vermelha.
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