Gênero e diversidade na escola - GDE: investigando narrativas de profissionais da educação sobre diversidade sexual e de gênero no espaço escolar.
Abstract
Na presente Tese, vinculada à linha de pesquisa “Currículo, profissionalização e trabalho docente” do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Pelotas, investigo narrativas de profissionais da educação sobre diversidade de gênero e sexual no espaço da escola, a partir de um curso de aperfeiçoamento a distância intitulado Gênero e Diversidade na Escola - GDE. A pesquisa estabeleceu algumas conexões com os Estudos Culturais, nas suas vertentes pós-estruturalistas e com algumas proposições de Michel Foucault. Esta Tese ancora-se no Método da Investigação Narrativa, que considera a narrativa como uma forma de produção dos dados e, também, como uma possibilidade metodológica, com base nos autores Jorge Larrosa, Michel Connelly e Jean Clandinin. Assim, entendo a narrativa tanto como uma metodologia investigativa como uma prática social de constituição dos sujeitos. Para compor o corpus de análise, foram consideradas as narrativas produzidas por um grupo de cursistas do curso GDE, promovido pela FURG/UAB, nos anos de 2009 e 2010, do Polo de São Lourenço do Sul, do qual esta pesquisadora atuava como tutora. Foram consideradas narrativas tanto as falas dos sujeitos nos encontros presenciais e suas interações na Plataforma Moodle, quanto a produção de seus projetos de intervenção. Para a análise dos dados, lancei mão de duas categorias de análise: diversidade de gênero e diversidade sexual. Ao analisar as narrativas sobre diversidade de gênero na escola, problematizo a questão das masculinidades e feminilidades na escola, trazendo a categoria de gênero para se pensar as práticas escolares e para refletir como são educados/as os/as alunos/as, tendo como base as relações de gênero que foram sendo construídas em nossa sociedade. Nas produções narrativas sobre diversidade sexual na escola, analiso a fabricação do sujeito normal da escola, trazendo o conceito de currículos praticados para se pensar que as experiências vivenciadas pelos sujeitos são construções culturais que regulam e produzem as identidades a partir de uma lógica heteronormativa. Considerando as narrativas, entendo que os sujeitos narram os seus entendimentos sobre as diversidades sexuais e de gênero no espaço da escola, a partir da interpelação dos discursos das instituições sociais pelas quais transitam. A partir daí, problematizo que as representações sobre a sexualidade, construídas historicamente e atravessadas por relações de poder e saber, produzem as relações de distinção social, que incidem na fabricação dos sujeitos considerados normais e anormais.
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