Mapeamento de áreas de soja em municípios da metade sul do estado do Rio Grande do Sul a partir de imagens de satélite
Abstract
A área de soja tem expandido rapidamente nos últimos anos na metade sul do Rio Grande do Sul (RS), a qual é bastante ocupada por solos hidromórficos e pela cultura do arroz irrigado. Entretanto, o cultivo da soja neste tipo de solo pode implicar impactos importantes sobre a produtividade da cultura. No contexto em que os mapas de área cultivada têm grande importância para fins de planejamento da produção e de estudos ambientais, o objetivo principal deste estudo foi desenvolver uma metodologia objetiva para identificar e mapear as áreas de soja em municípios da metade sul do RS a partir de imagens obtidas por sensores orbitais do padrão Landsat. Para tanto, utilizaram-se oito imagens referentes aos munícipios de Bagé e Hulha Negra durante a safra 2013/14. As áreas de soja foram mapeadas primeiramente por um processo de classificação automática não supervisionada seguido de uma criteriosa interpretação visual multiespectral e multitemporal, visando produzir um dado de referência. Em seguida, as quatro principais imagens foram interpretadas individualmente ou em conjunto, objetivando avaliar seu grau de precisão no mapeamento. Visando compreender o ciclo de desenvolvimento da cultura na região. O comportamento espectro-temporal da soja foi avaliado através do perfil do Enhanced Vegetation Index em imagens MODIS. O mapa de referência de soja também foi avaliado em combinação com mapas de solos, altitude e declividade. O maior acerto no mapeamento (~95%) foi obtido na combinação entre as imagens adquiridas no final de dezembro, em meados de janeiro e no início e no final de março e a imagem que mais contribuiu para o mapeamento da soja foi a adquirida no início de março. A análise das imagens Landsat e MODIS indicou que para o mapeamento de soja em municípios da metade sul do RS é necessário a utilização de pelo menos uma imagem adquirida livre de cobertura de nuvens a cada 40-50 dias, desde dezembro até abril, sendo muito importante uma imagem entre meados de fevereiro e meados de março. Os talhões de soja encontraram-se prioritariamente abaixo de 200 metros de altitude (55,7 e 48%, para Bagé e Hulha Negra, respectivamente). A maioria dos talhões encontrou-se localizado em
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declividades acima de 3% (90 e 99,2%, para Bagé e Hulha Negra, respectivamente). As classes de solo NEOSSOLO LITÓLICO, PLANOSSOLO HÁPLICO e LUVISSOLO HÁPLICO contemplaram cerca de 70% dos talhões de soja mapeados em Bagé. Em Hulha Negra, quase 78% dos talhões de soja estiveram sobre os solos VERTISSOLO EBÂNICO, ARGISSOLO VERMELHO e CHERNOSSOLO ARGILÚVICO.
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