A influência da adubação orgânica na preferência alimentar de Brevicoryne brassicae (Homoptera: Aphididae) em Brassica oleracea var. acephala (Brassicaceae)
Resumo
Pesquisar adubações orgânicas que almejam o equilíbrio trofobiótico na cultura de
interesse é de extrema importância na busca de sistemas de produção de alimentos
mais sustentáveis. Com esta premissa objetivou-se no trabalho analisar a influência
de diferentes adubações orgânicas sobre a preferência alimentar de Brevicoryne
brassicae em Brassica oleracea var. acephala, estabelecendo inter-relações entre o
metabolismo vegetal da couve, as fontes de adubação testadas e a resistência e/ou
suscetibilidade aos afídeos. Para tanto, foi feito o cultivo da hospedeira em casa de
vegetação, onde a mesma foi cultivada em vasos com adubação orgânica
acrescentada ou não de fitoprotetores, obedecendo aos seguintes tratamentos: T1)
substrato orgânico comercial a 70% + 30% de húmus (SO+H) como controle; T2)
(SO+H) + biofertilizante Vairo via solo; T3) (SO+H) + biofertilizante Supermagro via
solo T4) (SO+H) + urina de vaca via solo; T5) (SO+H) + Húmus líquido pulverizado;
T6) (SO+H) + soro de leite pulverizado e, T7) (SO+H) + biodinâmico pulverizado. O
delineamento experimental foi inteiramente casualizado com 10 repetições, sendo
cada repetição (parcela) uma planta. Para os bioensaios de preferência alimentar de
múltipla escolha em laboratório foi feita a criação do afídeo, sendo as avaliações
realizadas as 24 e 48 horas através da contagem de indivíduos em todas as folhas
(halos) representando todos os tratamentos. Também foi feito análise química dos
substratos e das couves, além dos fitoconstituintes das mesmas após receber os
diferentes tratamentos. Os dados foram submetidos ao teste de hipótese de KruskalWallis
(p<0,05), com comparação de grupos pelo método de Simes-Hochberg,
sendo após, submetidos à análise de componentes principais. A aplicação dos
tratamentos influenciou na preferência alimentar de B. brassicae em B. oleracea var.
acephala. Estes forneceram diferentes fontes de nutrientes ao substrato e à planta
hospedeira, afetando assim, seu metabolismo vegetal e conseqüentemente a
resistência e/ou suscetibilidade aos afídeos. As plantas tratadas com húmus líquido
e Vairo apresentaram menor preferência pelos pulgões. Estes induziram a
resistência, envolvendo o acúmulo de ácido ascórbico que se correlacionou ao
manganês. Os tratamentos urina de vaca, Supermagro e em menor grau o soro de
leite foram os que apresentaram folhas com maior preferência pelos afídeos, sendo
estes ricos em nitratos e açúcares solúveis, estando estes compostos relacionados
respectivamente aos nutrientes nitrogênio, ferro e cálcio. Já os tratamentos controle
e biodinâmico apresentaram resultados intermediários de preferência e de
correlação aos nutrientes e fitoquímicos.
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